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terça-feira, 31 de julho de 2012

Central do Brasil - 1998; encantador e sensível

Central do Brasil (Central do Brasil), lançado em 1998.
Um filme de Walter Salles.
Central Station
Vinicius de oliveira
Temos aqui um dos melhores filmes tupiniquins. E de mais repercussão no exterior. A obra levou para casa o Urso de Ouro e o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira. Mais uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro e uma indicação ao Oscar de melhor atriz para Fernanda Montenegro.

Com a memorável e bem recebida atuação de Fernanda Montenegro, este é um drama de estrada de encher-nos os olhos.

Dora (Montenegro) é uma golpista que escreve cartas para pessoas analfabetas enviarem a suas famílias. Ela sempre atende na estação Central do Brasil, no entanto, boa parte de suas cartas, ela nunca envia por correio. 
Certo dia uma de suas clientes morre atropelada e o menino que com ela ia, Josué, seu filho, sem lugar para morar ou parentes para procurar, passa a dormir na estação. Dora vende o menino, mas depois se arrepende e foge com ele para o Nordeste, onde mora o pai da criança, a fim de deixá-lo são e salvo com o que lhe resta de família.

Fernanda Montenegro Vinicius de OliveiraÉ um filme belíssimo, mostrando os laços afetivos que vão sendo criado entre os dois personagens - que no início não se gostam - ao longo da viagem que percorre o Brasil rural, feio e pobre. Com vários imprevistos e dramas, às vezes cômicos, eles vão aos poucos chegando ao seu destino, encontrando no caminho diversas pessoas, de todos os tipos e culturas.
Central do Brasil é um filme muito sincero sentimentalmente falando. Sua maior força está no poder emotivo que brota de uma trama cheia de genuíno amor. Poucos filmes têm personagens tão cativantes como este. Em pouco tempo acabamos por acolher os personagens e torcer e sofrer com eles. Vinícius Ribeiro, o ator mirim protagonista, faz um trabalho fantástico. Dócil e ao mesmo tempo cheio de mágoas. Fernanda Montenegro, então, tem aqui o papel de sua carreira. Mulher amargurada e solitária que reaprende a enxergar o mundo e o que há de belo nele.
Salles conduz tudo isso com muita sensibilidade e uma belíssima fotografia. A bela trilha sonora sentimental é uma atração à parte.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O Segredo de Vera Drake (Vera Drake) - 2004; excelente

O Segredo de Vera Drake (Vera Drake), lançado em 2004.
Um filme de Mike Leigh.
Vera Drake
Adorei, muito bom.

Vera Drake
Vera Drake é uma dedicada esposa e mãe, que além de cuidar da casa e da família, trabalha como diarista na Londres de 1950. Mas ela mantém um segredo, ela pratica abortos clandestinos em moças e outras mulheres que já têem vários filhos. No entanto ela faz isso para ajudar as jovens pobres e desesperadas a seguirem suas vidas, na maior das boas intenções. Paralelo a isso, acompanhamos uma jovem rica, que tem condições financeiras para procurar um médico que faz o aborto legalmente.

Vera Drake abortingSeria um atentado revelar mais que isso sobre o enredo, mas o filme é excelente, muito bom, com um drama pesado que esbarra em questões delicadas, como a  legalização e a moralidade de um aborto, além de mostrar as diferenças sociais das mulheres que optam por interromper a gravidez e a realidade que se sucede. Interessante como preparação para um debate sobre aborto em grupos de estudo ou algo assim. Ou, para fãs de drama, sofrer um pouco com os personagens e seus problemas.

#ficaadica

Kramer versus Kramer (idem) - 1979; humano e meigo

Kramer versus Kramer (Kramer vs. Kramer), lançado em 1979.
Um filme de Robert Benton.
kramer vs kramer
Hoffman Streep
Este filme deu o primeiro Oscar à titã do cinema Meryl Streep, na segunda indicação de sua carreira. Também foi o primeiro Oscar de Dustin Hoffman. E a produção levou o prêmio de melhor filme.

Infeliz com a vida que leva, Joanna (Streep) sai de casa, deixando para trás o marido Ted (Hoffman) e o filho do casal. O pai leva um tempo para se adaptar à nova rotina, e o menino sofre visivelmente com a falta da mãe. Quando finalmente as coisas começam a se adaptar e pai e filho a viverem bem, Joanna reaparece, querendo a guarda da criança, é quando começa uma disputa judicial.

Dustin Hoffman
A beleza do filme é a simplicidade dos personagens e do roteiro. Entendemos o drama e o sofrimento de ambos os lados e mesmo que tomemos partido de um, sabemos que o outro não é um vilão. Não há parcialidade no filme em si, nem há o joguinho infeliz hollywoodiano do "bem" e do "mal"; ambos personagens tem seus defeitos e qualidades, são humanos antes de qualquer outro adjetivo. E o menino, que ama ambos, é uma criança comum que sofre com a distância da mãe, um trabalho notável do ator mirim Justin Henry. É muito bonito o filme


#ficaadica



A Bela da Tarde (Belle du Jour) - 1967; um tanto morno, mas bom

A Bela da Tarde (Belle du Jour), lançado em 1967.
Um filme de Luis Buñuel.
a bela da tarde

A bela da tardeFiquei um pouco decepcionado com o filme. Depois de vários livros de português indicarem este filme como boa opção de filmes com tendências surrealistas (que de fato as há), resolvi ve-lo, entusiasmado com o protagonismo de Catherine Deneuve.




Não é ruim, mas poderia ser melhor. Mas vale lembrar que este é um clássico do cinema francês.

Catherine DeneuveSeverine é casada com um médico e vive tendo sonhos eróticos sadomasoquistas, os quais mantém em segredo do marido, que já não lhe desperta a libido. Ela acaba indo trabalhar num bordel onde realiza suas fantasias e a vida sexual com o marido passa a melhorar também. No começo é relutante, mas depois passa a gostar de trabalhar no prostíbulo, onde só vai durante a tarde. Seu nome fictício, que assume no emprego é "Belle du jour".

No entanto um cliente se apaixona por ela, de forma ciumenta e possessiva, o que traz alguns transtornos para ela e principalmente pro marido.

Catherine Deneuve nuaCom um grande toque de feminismo e libertação sexual, A Bela da Tarde explora toda a sensualidade de Deneuve enquanto critica os tabus da sociedade e da burguesia, que sempre pensou que as mulheres não tinham desejos sexuais e eram frígidas por natureza. Em toda a trama é visível as dúvidas da protagonista se o que faz é correto, a dificuldade inicial de adaptação, e o medo de ser descoberta.

#ficaadica

domingo, 29 de julho de 2012

Os brutos também amam (Shane) - 1953; muito bom

Os brutos também amam (Shane), lançado em 1953.
Um filme de George Stevens.
Shane
Um clássico do cinema mundial.

Fight in Shane Narra a história de um cowboy, dos mais justos e honestos, que chega num condado e vai trabalhar para um pobre colono, Starret. O filho do colono é puxa-saco de Shane(em excesso, a parte mais chata do filme é olhar pro garoto que é feio pra burro repetindo "Shane, shane", com sua voz estridente), que instantaneamente vira o héroi do garoto.




ShaneNo entanto Starret e seus vizinhos, igualmente pobres, são constantemente ameaçados por um rico criador de gado, que sabota as plantações e espanca os colonos, querendo suas terras. Mas a chegada de Shane, que é pacífico o máximo possível, ameaça seus planos, uma vez que ele é bom de briga e rápido e preciso na arma de fogo. Então é contratado um pistoleiro para ameaçar os colonos e, se preciso, matar Shane e Starret.

O filme gira em torno da luta dos colonos contra o fazendeiro e sua turma, que são muito abusados e convencidos.

ShaneO bom do filme é o roteiro, os diálogos, uma memorável e longa cena de muito soco e cadeiras nas costas; e a ingênuidade e idolatria do garoto, além da união dos colonos pela causa. 

Shane é um herói dos cinemas, que além de lutar por justiça, não se engraça para o lado da esposa do patrão, a quem tem atração desde o início. É bem típico o herói cowboy protegendo donzelas, ainda mais num filme tão antigo.

#ficadica

Munique (Munich) - 2005; ótimo

Munique (Munich), lançado em 2005.
Um filme de Steven Spielberg.
Munique 2005
Acabei de assistir esse. Embora não tão conhecido, esse é um dos trunfos cinematográficos do grande Steven Spielberg.

Munich movie
Depois de atletas israelitas morrerem em um ataque terrorista palestino durante as Olímpíadas de Munique, em 1972, o governo de Israel chama agentes secretos para assassinar os líderes palestinos responsáveis pelos ataques, tudo no maior sigilo.


Munich
Então o grupo é liderado por Avner, que é obrigado a abandonar a esposa grávida até concluir a missão, que poderá levar anos. Eles saem por toda a Europa assassinando os palestinos, depois de conseguir informações, por altos preços, sobre o paradeiro de cada um dos terroristas, com uma "empresa privada que não trabalha para governos". No entanto Avner começa a se questionar sobre os atos violentos de vingança que faz, inclusive matando e ferindo civis europeus.

O filme tem muita ação, e o mais interessante é acompanhar a rotina de terroristas, vendo-os se organizarem, traçarem planos e agirem. O filme ainda levanta questões morais sobre a vingança e a resposta à violência com mais violência. É muito bom o filme.

#ficaadica



sábado, 28 de julho de 2012

Em busca da Terra do Nunca (Finding Neverland) - 2004; bom

Em busca da Terra do Nunca (Finding Neverland), lançado em 2004.
Um filme de Marc Forster.
Em busca da terra do nunca
Acabei de assistir esse, tem apenas alguns minutos. Confesso que esperava algo melhor, mas quem está a receber visitas infantis em casa em uma boa pedida, dá pra assistir com prazer (diferente de certas animações pretenciosas de bonecos - lêia-se Barbie e Max Steel) - e de filmes que fazem sucesso sem merecer, como os da saga Crepúsculo). Apesar dos pesares é bom.

Nos papéis principais temos Johnny Depp (que apesar de vários prêmios e indicações achei seu trabalho, neste filme, morno) e a sempre impecável Kate Winslet.  Temos ainda a participação secundária  e quase imperceptível de Dustin Hoffman. 

Kate Winslet
O filme conta como, supostamente, foi idealizado e escrito o clássico da literatura Peter Pan. 
A trama se inicia em 1903, quando o autor James Barrie cria uma peça que é um fracasso. Então ele conhece uma família, com um viúva e quatro meninos, e se torna amigo da família, brincando sempre com os meninos. Ele próprio é um menino, que em tudo o que existe a seu redor, imagina um mundo de fantasia.
Ele ensina os meninos a serem crianças (estavam se tornando adultos precocemente devido à morte do pai) e diz que tudo pode ser o que a imaginação permitir que seja, os sonhos são reais.

Como o livro, é uma história bonita (atenção, não é uma adaptação de Peter Pan) que pode ensinar a aproveitar melhor nossos curtos dias; tanto para crianças quanto para adultos.

#ficaadica

Vicky Cristina Barcelona (idem) - 2008; excelente

Vicky Cristina Barcelona (Vicky Cristina Barcelona), lançado em 2008.
Um filme de Woody Allen.
Vick Cristina Barcelona
Pessoal, Woody Allen sempre me surpreende com seus filmes, adorei esse filme.

No elenco temos três beldades: Scarlett Johansson, Penélope Cruz (premiada com o Oscar por esse trabalho) e Rebecca Hall. Verdade seja dita, o marido de Penélope, Javier Bardem, também é bonito e o papel de um artista liberal com cara de drogado caiu como uma luva para ele.

O nome do filme já revela o cenário: Barcelona.
Penélope  CruzAs norte americanas Vicky (Hall) e Cristina (Johansson) visitam a cidade espanhola por alguns meses, e são convidadas pelo recém divorciado Juan Antonio (Bardem) a uma visita à Oviedo. Lá Vicky se apaixona por Juan e eles tem um breve caso. Porém, mesmo apaixonada, ela se recusa a manter o relacionamento, pois está noiva. Então Cristina e Juan também se apaixonam e Cristina vai morar com ele, no entanto a neurótica-bêbada-mimada Maria Elena (Penélope), ex de Juan, vai morar com eles.
Então juntos vivem um triângulo amoroso-sexual, inclusive Maria Elena e Cristina se apaixonam uma pela outra e dividem o homem. Enquanto isso, mesmo sem esquecer Juan, Vicky se casa.

Scarlett JohanssonMesclando drama com comédia romântica, o filme é maravilhoso e originalíssimo. Raramente assisto comédia romântica, pois não gosto muito, mas este merece ser visto e revisto. A trama envolve outras pessoas e seus dramas e aborda a diferença de personalidade entre os seres humanos, além de escancarar uma mensagem de libertação sexual e feminismo, de uma forma despretenciosa e divertida. Muito bom.

Também vale lembrar que Penélope e Bardem realmente são espanhóis, fazendo o papel de "nativos" que recebem turistas americanas (nacionalidade de Johansson), revelando que o elenco foi muito bem pensado e escolhido.

#ficaadica

Os Imperdoáveis (Unforgiven) - 1992; um dos melhores do gênero

Os Imperdoáveis (Unforgiven)lançado em 1992.
Um filme de Clint Eastwood.
Unforgiven
Não sei se você prestou atenção, mas é um filme de Clint Eastwood.
E mais, é protagonizado por ele; de faroeste! 
Ainda não correu na locadora?
Temos ainda, Morgan FreemanFrances Fisher no elenco.

Os ImperdoáveisDiferente de outros filmes de faroeste, Os Imperdoáveis não é de heróis montados a cavalo trazendo justiça e protegendo donzelas, é de um tremendo mal caráter, um assassino de aluguel, trabalhando para proteger prostitutas.

unforgivenCerta noite dois homens retalham o rosto de uma prostituta em um bordel de um vilarejo. Mesmo após serem castigados, e terem pago uma indenização, as prostitutas não os perdoam. Então juntam dinheiro para pagar alguém para matar os homens. Alguns as procuram querendo o serviço, mas o xerife os expulsa da cidade. No entanto um jovem cowboy, interessado na recompensa, procura Willian Munny, um famoso assassino aposentado, para ajudá-lo. Munny chama um amigo para o acompanhar, e assim vão os três à procura dos dois homens.
Clint EastwoodÉ muito original o roteiro; como já disse, diferente de outros do gênero, este não trata a violência como uma bela coisa, digna de heróis. Que temos aqui é a fraqueza do espírito, ambição, violência gratuita, bêbados e homens inseguros, que sofrem mas não se permitem chorar. No final finalmente vemos algumas lágrimas, quase secas, de remorso.
Temos muita ação e tiros também, que são pensados; nesta película não se mata alguém sem um mínimo de motivo. Então não é aquele tipo de filme em que você vê uma briga e não entende o porque de ela estar lá, aqui se mata depois de muito pensar e mesmo assim tem-se insônia depois. 
Esse filme é, talvez, a obra prima de Eastwood. Muito bom, impossível não gostar. Um dos melhores do gênero. E um de meus prediletos, de todos que já assisti.

#ficaadica

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Taxi Driver (idem) - 1976; ótimo e sujo

Taxi Drver (Taxi Driver), lançado em 1976.
Um filme de Martin Scorsese.
Taxi Driver
Esta é, talvez, a obra prima de Martin Scorsese, então não espere pouco.

Robert De Niro Um motorista de taxi, interpretado por Robert De Niro, só trabalha durante a noite e a madrugada. E é nesse horário que ele vê a "podridão" (em sua opinião) dos habitantes de vida noturna de Nova Iorque; criminosos, pedófilos, prostitutas, gays, cafetões. Ele se apaixona por uma mulher que trabalha num comitê eleitoral e convida-a a sair, mas ela fica furiosa quando ele a leva num cinema pornô. Certa noite uma menina, entra em seu taxi para fugir de um cafetão, mas o cafetão a tira do taxi. Então ele fica obcecado por salvá-la e compra inúmeras armas e treina sua mira, a fim de matar quem ele julgar necessário para salvar a menina.

Esse filme surpreende pela direção brilhante, o jogo de ângulos de câmeras, o roteiro e a trilha sonora.

O filme, no final, deixa uma dúvida no espectador ao mesmo tempo que revela "o que foi e o que poderia ter sido". Estou me referindo ao protagonista que por pouco, se tivesse sacado a arma mais rápido, seria um assassino de um homem importante ao invés de um herói que nem sabemos estar vivo ou morto.

O roteiro é muito criativo e diferente. E a trilha sonora é um dos pontos mais positivos do filme. Só assistindo para entender a qualidade do filme.

Impossível não ficar na cabeça Theme from Taxi Driver, tocada num saxofone. Bela trilha essa de Bernard Herrmann.

#ficaadica

A Malvada (All About Eve) - 1950; um filme original

A Malvada (All About Eve), lançado em 1950.
Um filme de Joseph L. Mankiewicz.
All About Eve
É certo que sou uma excessão em minha geração, poucos, em época de 3D, se aventuram a assistir um filme preto e branco como este, mas não é pra se arrepender. O clássico é ótimo.

Com belíssimas atrizes, incluindo um papel secundário para Marilyn Monroe, essa película, junto a Titanic, foi o mais indicado ao Oscar, tento tido um total de 14 indicações, das quais venceu 6.

Se o filme tivesse sido lançado recentemente, provavelmente não faria muito sucesso, pois a história iria soar muito deja vu, pois inúmeros filmes e telenovelas já exploraram a figura da malvada vilã que se infiltra dando uma de boa samaritana e mentindo para conseguir alcançar seus objetivos obscuros.

No entanto o filme é de 1950, anterior à moda de malvadas, por isso é tão original e tão bom.

A famosa atriz Margo (Bette Davis) - e mimada, que faz-nos pensar, no começo, que é a vilã - ajuda uma pobre fã, dando-lhe emprego e moradia. No entando ela não sabe que a empregada, Eve, tão prestativa e humilde, está apenas observando e aprendendo a ser uma atriz de sucesso, usurpando seu lugar.

É surpreendente a trama, que inclui belos diálogos e outros personagens que caem na conversa da protagonista (que é a malvada vilã) e a ajudam.
Eve parece ainda, além de inveja, ter uma atração físico-sexual por Margo, o que deixa o filme ainda mais ousado (estamos na conservadora década de 50).

Pra quem gosta mesmo de cinema, é um filme que não pode deixar de ser assistido, filme em preto-e-branco não são ruins de assistir como a maioria das pessoas julga.

#ficaadica

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Amor sem Escalas (Up In The Air) - 2009; um bom filme

Amor sem escalas (Up In the Air), lançado em 2009
Um filme de Jason Reitman.
Amor sem escalas
Trazendo George Clooney no papel principal e a linda e talentosa Vera Farmiga, Amor sem Escalas é um filme, acima de tudo, original. O roteiro é baseado num livro homônimo.
Narra a vida um homem que vive viajando por todo o país, sempre na mesma companhia aérea. Tantas viajens se deve ao seu emprego; ele trabalha numa agência que auxilia outras empresas a demitir funcionários. Ele fica sempre cara a cara com os trabalhadores dando a notícia da demissão e prometendo ajudar a encontrar uma nova vaga. Mas desta vez ele vai acompanhando uma estagiária em processo de treinamento, que cada vez fica mais chocada com a reação das pessoas a quem demite. Em uma das viajens ele conhece uma mulher por quem se apaixona, vendo-a esporadicamente, quando coincide o destino de ambos.
Mas todos os três tem seus problemas pessoais, suas frustrações, principalmente o homem que passa a ver a inutilidade de sua vida, sem laços afetivos com família ou namoradas, vivendo sozinho e só para ele mesmo.
Up in the airÉ um filme muito bonito em vários aspectos, com seus lados cômico, emocionante e triste. E nos faz refletir sobre nossas atitudes para com quem amamos, além de ver o sofrimento pelo qual passa uma pessoa que é demitida. É também uma reflexão sobre as escolhas das profissões e os dilemas morais que elas podem nos trazer.
E todos os três atores interpretaram muito bem seus papéis (todos foram, inclusive, indicados ao Oscar por seus papéis nesse filme).

#ficaadica

Rede de Intrigas (Network) - 1976; muito, muito bom

Rede de Intrigas (Network), lançado em 1976.
Um filme de Sidney Lumet.
Network 1976
É surpreendente esse filme, antes de assistir eu nem esperava muita coisa, mas felizmente eu estava errado e gostei muito dele.

Um jornalista entra em depressão depois da audiência de seu telejornal diminuir, então decidem acabar de vez com o programa. Então ele anuncia ao vivo que iria se suicidar nas frentes da câmeras dias depois. 
Rede de intrigas 1976Por causa disso seu jornal dá um pico de audiência e seu nome e rosto aparece em várias outras emissoras. No entanto ele está louco, e ao invés de se tratar é explorado por uma executiva fria e insensível que quer tirar a emissora da lama. Entre outros programas de qualidade duvidosa, que se tornam os mais assistidos do país, é criado um programa exclusivo para ele, onde ele diz o que bem entende visivelmente alterado, antes de cair de cançasso. Mas enquanto seu programa cresce, ele começa a incomodar gente poderosa com suas críticas, que tentam detê-lo. A ambição e o jogo de poder floresce em toda a trama.

Essa é uma história que dá um tapa na cara do espectador, ao revelar o podre e o jogo de interesse por trás de redes de televisão, que busca o lucro acima de tudo, mentindo, inventando notícias, fazendo coligações criminosas e com sensassionalismo barato; e não se importando com o público , que fica cada vez mais fantoche, cada vez mais ignorante. 

É uma boa pra passar para aquela sua tia que liga a TV pela manhã e só desliga a noite, depois de assistir tudo, de absorver coisas boas e ruins. Muito bom o filme.

#ficaadica

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind) - 2004; filme interessantíssimo

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Eternel Sunshine of the Spotless Mind), lançado em 2004.

Um filme de Michel Gondry.

brilho eterno de uma mente sem lembranças
Mesclando drama, ficção e um pouco de romance e comédia, esse filme é pra ninguém por defeito. É muito interessante o trama dele, muito diferente. Venceu vários prêmios na categoria de melhor roteiro original, inclusive o prêmio da Academia, e não foi atoa.

No elenco temos Jim Carrey, Kate Winslet (podem me chamar de puxa-saco, mas ela é divina) e Elijah Wood (o Frodo de "O senhor dos Anéis").

O relacionamento amoroso de Joel (Jim) e Clementine (Kate) termina, então ela recorre a uma clínica que apaga coisas da mémoria, a fim de esquecer Joel. Ao ficar sabendo disso Joel decide fazer o mesmo tratamento, mas durante a seção se arrepende e começa a levar suas memórias de Clementine onde ela não existia, como sua infância, por exemplo. O filme passa assim na mente de Joel e também no mundo real. São mostradas cenas marcantes dos dois, como o modo que se conheceram, brigas e passeios.

As vezes os espectador se confunde com o que é passado, o que é presente, o que é memórias e o que é invenção de Joel para evitar que Clementine desapareça de suas lembranças. Os problemas decorrentes dessa limpeza também afeta, secundáriamente, outros personagens. E o drama também continua nos momentos finais do filme, de uma outra maneira.

É muito legal analisar o psicológico dos personagens e refletir sobre a importância da memória para nós, mesmo que de coisas que queríamos poder apagar.

É excelente o filme, um de meus prediletos. Culpa do roteirista Charlie Kaufman, ele é o responsável por tanto brilho.

#ficaadica



A Troca (Changeling) - 2008; um filme brilhante


A Troca (Changeling), lançado em 2008.
Um filme de Clint Eastwood.

A troca
Eu tinha uma visão errada sobre Angelina Jolie, pensava que ela era somente um rosto bonito (e um corpo, que corpo!), incapaz de atuar em papéis mais complexos; que só servia para seus filmes de ação. 
Angelina Jolie nuaMas esse filme mudou minha opinião, ela estava bárbara, o papel principal, de Christine, foi brilhantemente interpretado por ela, tanto que lhe rendeu sua única indicação para o Oscar de melhor atriz principal.
Se não tivesse dado Kate Winslet (o que foi justo), teria dado ela.

A história é baseada em fatos reais, e o enredo é mesmo surpreendente, apesar do roteiro tropeçar em determinado momento.
A trama se inicia quando o filho de Christine desaparece. Atordoada ela pressiona a polícia para que o encontrem. Meses depois a polícia aparece com um garoto, que relutante ela aceita mesmo sabendo que não é seu filho. Dando banho na criança ela tem a certeza, ao ver que o menino é circuncidado, seu filho não era, e que está mais baixo. Ela então começa a reunir provas da troca de crianças, a imprensa se envolve, e ela vai perdendo a esperança de reencontrá-lo enquanto todos dizem que ela enlouqueceu, que o menino é seu filho sim. Chega a ser presa e humilhada, numa clara estratégia da polícia para não ser desmoralizada.
 
Changeling é um drama poderoso que pende para o thriller. Baseado num fato real notório, o mistério gira em torno de que fim foi o do menino e a dúvida e esperança de Christine. O mais impressionante é que sofremos cada instante do filme junto à personagem, é impossível não entender e se identificar com a dor da mãe que lhe tiraram o filho, isso se deve à direção hábil de Eastwood e principalmente pelo trabalho magnífico de Jolie. Essa tristeza ainda é acentuada pelo tom cinzento da fotografia, e uma trilha sonora minimalista, nem um pouco apelativa. 
Este é um filme feminista, onde uma mulher educada e elegante se mete num universo masculino (note que seu batom vermelho sempre se sobressai ao resto da fotografia feita das cores sóbrias das roupas masculinas) e machista, irritando gente poderosa ao lutar pelo seu filho. E uma das temáticas da obra é justamente a corrupção policial e estratégias políticas.
O grande problema é que ele é dois em um: duas histórias contadas ao mesmo tempo que estende o filme a quase duas horas e meia: temos a troca propriamente dita e a trama em torno do assassino. Isso consome tanto tempo, que nos minutos finais tudo se atropela e o ritmo da narrativa se acelera em excesso para dar tempo de narrar tudo que ainda falta.
Mas isso não ofusca o brilho da obra, de qualidade acima da média com um enredo poderoso e absorvente, e atuações dignas de elogio de todo o elenco.

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terça-feira, 24 de julho de 2012

O Leitor (The Reader) - 2008; um filme incrível

O Leitor (The Reader), lançado em 2008.
Um filme de Stephen Daldry.
O Leitor
Kate Winslet nuaO primeiro de tudo a ser dito é que o protagonista é interpretado por Kate Winslet, e que foi justamente essa interpretação que lhe rendeu o primeiro Oscar, depois de ter tido várias outras indicações no passado. Novamente a bela Kate fica nua sem pudores em um filme.
O interessante desse filme é a bela trama, baseada num romance alemão. Ela não segue uma cronologia perfeita, voltando sempre ao passado.

A primeira parte do filme mostra o relacionamento amoroso-sexual de um adolescente e uma mulher adulta (Kate Winslet), em 1958, que sempre fica a ouvir o amante ler livros para ela. Após um tempo ela desaparece.

Caída a ditadura nazista, anos depois é iniciado o julgamento de criminosos de guerra. E Hanna (Kate Winslet) está a ser julgada, por ter trabalhado em um campo de concentração durante a II Guerra. No julgamento temos um estudante de direito, o ex-amante de Hanna, que finalmente e revê após anos.

É nesse momento que as coisas começam a se encaixar e o estudante percebe que Hanna guarda um segredo que pode ajudar a provar sua inocência.

É o clímax do filme! O segredo é surpreendente e o que se passa depois ao longo dos anos emociona profundamente o espectador, que se pergunta se o orgulho em esconder algo vale a pena. O filme todo é trágico, até a última cena. 

Acabado o filme o espectador fica em silêncio por uns instantes, pois não há nada a ser dito. Que o filme é bom todos perceberam.

#ficaadica