Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Beleza Americana (American Beauty) - 1999; memorável, original, extasiante

Beleza Americana (American Beauty), lançado em 1999.
Um filme de Sam Mendes.
Não se deixe enganar pela capa acima, que pode estar a sugerir uma comédia-romântica, uma comédia ao estilo American Pie, ou algum melodrama de amor. 

Assistindo ao filme compreende-se a capa. Que posso já adiantar, antes mesmo do resumo, é que é um dos melhores que já assisti até agora, uma espécie de drama-sarcástico levemente cômico. É a estréia - e a obra prima, sem dúvida - de Sam Mendes.

É difícil dizer em poucas linhas os inúmeros pontos positivos do filme, mas já há de se destacar a trilha sonora, o roteiro impecável, a direção, os jogos de câmera e ângulos de visão, a trama original e maravilhosamente bem pensada: uma sátira abordando temas como sexualidade - e homossexualidade reprimida: a vida sexual ou pensamentos e desejos relacionados definem os personagens e suas ações; o materialismo, o pensamento incestuoso, o preconceito, a infelicidade conjugal, o amor, a beleza e a sensibilidade, as relações familiares, libertação pessoal, a assimilação na sociedade norte-americana, crises de personalidade e até afirmação da masculinidade.


Lester Burnham está envelhecendo, mas sua vida é infeliz e ele sabe disso. É casado com uma corretora ambiciosa e materialista que já não faz sexo e finge ter uma vida feliz. Jane, a filha do casal, não suporta os pais, que não lhe dão atenção, e tem problemas de auto-estima, agravados com a constante auto-afirmação da amiga Angela, que diz transar com toda a gente, e que toda a gente quer levá-la para cama. A família tem como vizinhos um casal gay e do outro lado uma mulher introvertida, um fuzileiro-naval que detesta gays e um filho usuário e traficante de drogas que passa o tempo livre filmando o seu redor, Ricky. 
Lester se apaixona por Angela e sua esposa passa a ter um caso com um bem-sucedido corretor. Para conseguir ficar com Angela, Lester passa a se exercitar e deixa o emprego, passando a trabalhar numa lanchonete e casualmente fumando maconha que compra de Ricky. Jane e Ricky namoram. E então tem-se uma série de eventos imprevisíveis e irônicos, confirmando a qualidade do filme; aberto a várias interpretações diferentes.

#ficaadica




4 comentários:

  1. "Olhe bem de perto"... e perceberá que os olhos podem nos enganar, e somente quem assistiu Beleza Americana vai entender de qual cena isso se refere...

    Olhe bem de perto e você verá que Lester Burnham [um dos melhores e mais complexos, tangível e humanos personagens que eu vi no cinema], interpretado magistralmente por Kevin Space, um frustrado cidadão desprezado por sua família e insatisfeito com a vida, cujo seu único de prazer é quando ele se masturba de manhã, que cansado disso tudo resolve viver sua vida rompendo essa lógica hipócrita da sociedade aparentemente perfeita.

    Tudo em Beleza Americana é impecável e original, a começar pelo narrador defunto [o que lembra Memória Postumas de Bras Cubas] que informa que em menos de um ano estará morto... e mesmo assim não dá para evitar o susto decorrente da sua morte... e terminando pela arrebatora música Because...

    Flávio, novamente... PARABÉNS PELO BLOG... muito bom. Críticas muito inteligentes

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Anônimo (espero um dia vir a saber de tua identidade), a síntese que fizeste é melhor que o próprio texto que escrevi: realmente, acima de tudo, Beleza Americana é uma crítica a uma sociedade hipócrita que se finge perfeita e moderna mas é incapaz de permitir que as pessoas sejam quem querem ser e façam todo o possível para se sentirem bem consigo mesmos, sem fazer mal aos outros. E talvez uma das coisas em que essa idéia está mais nítida, é na personagem do Coronel Frank Fitts, que foi "castrado" pela sociedade, impedido de assumir sua real sexualidade ele inicia um processo homofóbico hipócrita, e quando tenta se libertar do tabu, e é rechaçado por Lester, a única coisa que ele pode fazer é se livrar das provas daquela sua "fraqueza", matar Lester que é a única testemunha.
      Agora sou eu quem te parabenizo pelas palavras acima, saiba que tem bastante jeito para a coisa, e se interessar em tornar-se um colaborador do blog (preciso de gente como você), podemos trocar umas idéias. No mais, obrigado mais uma vez.

      Excluir
    2. Opa, Flávio... mas uma vez meu nome é Diogo, e falo de Uberlândia-MG.
      Cara, muito obrigado pelas suas palavras. Agradecido mesmo. Eu somente falo das coisas que eu gosto. Acho que não tenho jeito para coisa, sou somente um simples admirador do seu blog...

      Excluir
    3. Bom, fico feliz então que meu "trabalho" tenha admiradores. Se qualquer dia quiser tentar resenhar, entre em contato. Jeito para interpretações você tem. Abraço

      Excluir