Um filme de Paul Haggis.
Crash é um filme bastante interessante. Lembram de Babel? Este filme aqui tem uma estrutura parecida, talvez até tenha servido de inspiração para o filme de Alejandro González Iñárritu. Em ambos vemos uma série da fatos que se entrelaçam e possuem alguma relação de causa e consequência, numa espécie de efeito dominó, ao estilo Magnólia. Crash é, antes de tudo, uma filme que fala sobre preconceito, de um modo bem imparcial e surpreendente. É certo que a narrativa é um pouco improvável, mas cumpre seu papel muito bem.
Todos os personagens tem grandes problemas pessoais, que agrava a situação em que vivem, na cidade de Los Angeles. Várias cenas estão fora da ordem cronológica, e Crash não é uma história, e sim uma série delas, e contando o desfecho de uma acabamos por contar o desfecho de outra.
Mas podemos dizer que temos um casal burguês altamente racista, principalmente a esposa (Sandra Bullock) que detestam negros e latinos. Eles são assaltados por dois negros, um deles que odeia brancos e outro que é irmão de um detetive de polícia. Temos um latino que conserta fechaduras e um lojista persa que também tem preconceitos contra latinos. Um diretor de televisão negro que parece ter se esquecido de sua origem e tem preconceito contra negros, além de sua esposa branca, abusada sexualmente por um policial cujo pai definha de problemas urinários. E vários outros personagens que completam essas sub narrativas e contribuem para ligá-las.
O filme aborda temas delicadíssimos de preconceito e outros problema na sociedade de Los Angeles. Racismo, xenofobia, machismo, violência, corrupção policial, expiação, remorso, tráfico de pessoas são temas observados. Um retrato de uma sociedade tida como moderna mas que é incapaz de afastar as históricas desigualdades e preconceitos. É fácil compreender que todo ser humano, independente da classe social ou etnia, tem seus próprios preconceitos, muitas vezes irracionais.
#ficaadica
"Estamos sempre atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta desse toque, que batemos[CRASH] uns nos outros só para sentir alguma coisa.”
ResponderExcluirUm filme que fala da exacerbada intolerância e indidualismo, onde banimos os outros, só pelo simples fato, de serem diferente de nós...
PARABÉNS PELO BLOG... muito bom. Críticas muito inteligentes [embora não concordo com muitas...]
Bela observação a tua. E excelente a reprodução de uma das mais marcantes frases do filme.
ExcluirObrigado pelos elogios, é muito gratificante saber que um trabalho no qual se dedica tempo tem reconhecimento.
Quanto a não concordar com tudo, faz parte. Agradeço a visita e volte sempre que quiser saber o que assistir.