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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Avatar (idem) - 2009; efeitos especias incríveis nessa ficção

Avatar (Avatar), lançado em 2009.
Um filme de James Cameron.
Se há um filme feito em computador (quase que exclusivamente) que seja bonito de ver, de olhar, é Avatar.
Usando o máximo de tecnologia em computação, imagem e som disponível na época, contamos com cenários deslumbrantes de um planeta imaginário, cheia de plantas e criaturas maravilhosas, inclusive humanóides. Além de entretenimento o filme é um avanço técnico, precursor de tecnologias desenvolvidas exclusivamente para ele. A magia do filme não é outra além de te levar a um mundo maravilhoso e cheio de vida. Temas como imperialismo e exploração do ambiente estão presentes, mas o enredo é um pouco cliché (contraditoriamente ao mesmo tempo de deixa de se valer de alguns outros clichés), mas tenha a certeza de que irá garantir muita diversão e olhos pregados na tela contemplando uma obra prima da computação gráfica.

Estamos em 2154, e depois de a Terra ter sido devastada pelos humanos e suas atividades econômicas, a civilização imperialista expande-se para outros planetas. E acabamos em Pandora, uma lua de uma planeta gasoso de outra constelação, onde uma firma explora os minérios de lá. Com uma atmosfera irrespirável por humanos, a lua dominada por uma biosfera, com plantas e outros seres vivos, abrigam criaturas chamadas de Na'vi, com características humanas, porém altos e azuis. Racionais, eles possuem cultura, veneram a natureza e tem até religião, mas são inimigos dos seres humanos. Nesse contexto cientistas criam um híbrido de humanos com Na'vi para tentarem encontrar um meio de dominar os nativos. Essas criaturas são os Avatares, controlados a distância pela mente humana. Um militar paraplégico é quem vai comandar um, sendo capaz de se sentir no corpo da criatura ele "volta a andar", e é capaz de falar e aprender.
Eventualmente ele se encontra (e se apaixona) por uma fêmea Na'vi e passa a aprender a cultura local, mas ele se desliga da missão gerando problemas gravíssimos para si e para Pandora.

Uma viagem fantástica é o que este filme oferece, cada detalhe das criaturas vivas, é tão bem pensado, tão bem trabalhado. Algumas ações e costumes Na'vi são parecidos com costumes humanos, como a existência de uma religião, por exemplo. Embora existam coisas muito tradicionais, como serem os Na'vi parecidos com homens, andando eretos, possuindo dois olhos e uma boca, Avatar tem suas originalidades, como a inversão da ficção tradicional: deste vez, ao invés de alienígenas invadirem a Terra, humanos é que invadem outro planeta.

Você pode odiar ficção científica, detestar o roteiro e a premissa de Avatar, mas garanto que irá encher os olhos maravilhados com a beleza da imagem e do mundo que Cameron criou.
#ficaadica

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O caçador de pipas (The Kite Runner) - 2007; melodrama falho

O caçador de pipas (The Kite Runner), lançado em 2007.
Um filme de Marc Forster.
Assistir a este filme é, no mínimo, frustrante; principalmente se você já leu o best-seller. A magia das emoções humanas que o romance é capaz de oferecer, não migrou para essa produção de Sessão da Tarde. Com um roteiro enxuto em demasia (foi a primeira vez na minha vida que vi uma adaptação retirar do enredo uma tentativa de homicídio que no romance é um dos maiores clímax e que ocupa algumas páginas).

Estamos em São Francisco nos anos 2000 e Amir, um autor, acaba de receber pelo correio seu novo livro. Então ele recebe uma ligação do Paquistão, de um antigo conhecido. Então inicia-se um flash-back que nos leva para o Afeganistão do fim dos anos 70, onde Amir ainda criança, filho de um pai rico, é o melhor amigo de Hassan.
O problema é que Hassan é empregado da casa e pertence a uma etnia banalizada. Mas o pai de Amir é muito bom homem e gosta do menino quase como um filho. Hassan ainda possui o dom de saber onde as pipas vão cair, trazendo sempre o prêmio para Amir, muito bom em cortar pipas em duelos. Sempre perseguidos por valentões, um dia Hassan é estuprado por três meninos. Para a vergonha de Amir, ele assiste a tudo mas não tem coragem para intervir e foge (o que era de se esperar de uma criança). Consumido pela culpa ele se distancia de Hassan que mais tarde vai embora da casa de Amir.
Um ano depois o soviéticos invadem o Afeganistão e pai e filho precisam fugir em condições sub humanas para o Paquistão, de onde seguem caminho para imigrar para os EUA. Nos EUA Amir se casa e o pai morre de cancro. Voltamos para o presente e Amir viaja ao Paquistão para reencontrar o amigo que está a morrer, mas fica a saber que sua verdadeira missão será voltar ao Afeganistão e resgatar o filho de Hassan em meio a um país controlado pelos talibãs enquanto alguns segredos são revelados.

Mesmo abordando questões tão delicadas como imigração, violência sexual, discriminação racial, governo ditatorial, expiação, violência, culpa e amizade, é difícil vê-lo como algo além de um melodrama que tenta arrancar-lhe lágrimas. Outro ponto ruim, presente também no livro, é que apesar de a história tentar reproduzir a cultura afegã (e parte do filme foi mesmo filmado no país), temos muita ocidentalização, como por exemplo o estilo de vida do pai de Amir que bebe uísque e ouve música em inglês. O próprio romancista, nascido no Afeganistão, vive a anos na América (o livro deve ter muito de auto-biográfico), longe da realidade de lá. E, sem dúvida, O caçador de pipas é demasiado ingênuo com suas idealizações de amizade e metáforas que caem por terra. Porque Hassan não entregou a maldita pipa aos agressores???
O melhor do filme, que apesar dos pesares não é de todo ruim, inclusive tendo recebido notas máximas de alguns críticos - para minha surpresa -, é o uso de dois meninos atores nativos, conversando em seu idioma. E a trilha sonora é até boa.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Curta-metragem: Eu não quero voltar sozinho - 2010; deficiência e homossexualidade na adolescência

Eu não quero voltar sozinho (Eu não quero voltar sozinho), lançado em 2010.
Um filme de Daniel Ribeiro.
Cheguei a este curta por meio do Casal sem vergonha, blog que assino o feed, inclusive o link do vídeo estava numa coluna interessante. Fiquei curioso com os elogios e com notícia de que o vídeo foi proibido no Acre (adivinhem? Culpa de um bancada conservadora evangélica); e eu como adoro uma polêmica decidi que deveria assistir, mesmo sem saber do que se tratava, apenas que tinha a ver com homossexualidade. Na hora apenas o adicionei à lista "assistir mais tarde" do You Tube e só hoje fui vê-lo. E foi uma surpresa agradável. Mais tarde vim a saber que o curta não só foi premiado no país, em festivais de cinema e de curtas-metragens, como teve ainda mais prêmios e exibições em festivais internacionais. Tenho planos de divulgar, mais vezes, outros curtas que mereçam ser assistidos.

Leonardo é cego e muito amigo de Giovanna, os dois estudam numa escola "normal" e fica claro que Giovanna gosta de Leonardo. Então aparece um aluno novo na classe, Gabriel, que logo entra no grupo de amizade, mas Leonardo percebe que está gostando dele.

O que faz Eu não quero voltar sozinho funcionar é o mesmo elemento chave que Ang Lee usou em O segredo de Brokeback Mountain: a homossexualidade é tratada de modo extremamente natural, sem levantar bandeiras (nada de ativismo gay pretensioso). Não é necessário dizer que a censura no Acre foi despropositada, é tão ingênuo, nada erotizado, que só podia mesmo serem os puritanos a criarem caso. O roteiro simples e original ainda tem outro ponto interessante: incluir um personagem cego, mesclando dois problemas de discriminação e deixando o assunto ainda mais natural, pois a paixão do garoto nasce mesmo sem conhecer a aparência física do outro.
Naturalmente, se tratando de atores amadores e ainda por cima bastante jovens, as atuações não são das mais convincentes (ou talvez seja, mas tenho uma certa antipatia por personagens de minha idade que não sei explicar); e não consigo gostar das músicas da trilha. Mas a premissa e o roteiro são muito bons, e o diretor conseguiu colocar uma sensibilidade natural e despretensiosa muito interessante. O curta merece o sucesso que fez.

Por favor, qualquer problema no vídeo (fora do "ar"; deletado), avise-nos nos comentários.

Amor (Amour) - 2012; amargo e verossímil

Amor (Amour), lançado em 2012.
Um filme de Michael Haneke.
Amour não é um filme fácil, ele provavelmente vai te deixar cansado e triste, pois não é bem um entretenimento, seria mais fácil de chamá-lo de 'cult', mas mesmo assim você deveria vê-lo de olhos bem abertos e captar seus ensinamentos e as verdades que ele traz à tona.
Temos um título vago, Amor, mas que já é capaz de nos fazer imaginar o que nos espera; mas não temos um casal no auge da idade, sedentos do outro; que temos é um casal de idosos franceses, sentindo já o peso da idade e a aproximação da morte.

Anne (Emmanuelle Riva) e Georges (Jean-Louis Trintignant) são um casal com seus oitenta anos nas costas; professores de música aposentados . Eles assistem à apresentação de um ex-aluno de Anne, que anda a fazer bastante sucesso, e depois voltam felizes para a casa. No dia seguinte Anne, na mesa do café, perde a consciência: é a prévia da desgraça. Dias depois ela volta para casa numa cadeira de rodas, estava em um hospital fazendo uma cirurgia para evitar um AVC, mas a operação deu errado e ela está com o lado direito do corpo paralisado. Vivendo sozinhos os dois, Georges se vê obrigado a cuidar da esposa.

Amor é um tanto claustrofóbico (aumentando a sensação de desconforto que causa no espectador), ambientado quase exclusivamente num elegante apartamento de Paris, recheado de livros e discos. Mais que isso, temos cenas longas e estáticas, monótonas, de poucos diálogos que dão ao filme não só o ar de tristeza pesada (que não é melodramática, dificilmente te fará chorar, mas apertará sua garganta), como mostra a lentidão que passa o tempo em situações desagradáveis, e das ações contidas e lentas de pessoas idosas que já não gozam de articulações saudáveis nem da disposição da juventude. Vemos Georges alimentar, lavar, transportar e tentar animar com conversas a esposa. Os dois tem uma filha que mora fora, representada por ninguém menos que Isabelle Huppert, mas ela não entende os pais. A verdade é que envelhecer é um processo solitário, os velhos são esquecidos pelos jovens. A enfermeira "revoltada" e a narrativa do enterro que Georges vai confirmam essa idéia. 

Trintignant está sublime. Seu personagem cru e que nos parece apático no começo, vai sendo desenvolvido à medida que as angústias tomam conta de si, variando entre diversos estados de espírito, até chegar a uma das melhores cenas que é aquela em que ele dá água à esposa. Já Emmanuelle Riva está impecável, na pele de uma mulher que vai definhando aos poucos, sentindo-se envergonhada pela situação em que se encontra. A atriz de 85 anos não tem pudores em aparecer nua na tela, mesmo não tendo mais sua beleza de antes, agora "amarrotada" e cheia de imperfeições. Amor fala sobre a velhice, a morte, a doença e principalmente sobre o amor incondicional.

O filme venceu a Palma de Ouro (talvez o prêmio mais importante do cinema mundial, até mais que o Oscar, embora não tão famoso) no Festival de Cannes, O Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e aguarda o resultado do Oscar, onde foi indicado a 5 estatuetas, incluindo melhor filme, melhor atriz (Riva), melhor diretor e melhor filme estrangeiro; e ao que tudo indica levará, ao menos, este último.

#ficaadica
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ATUALIZAÇÃO: Como todos esperavam, Amour venceu o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Levou apenas este prêmio.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O menino do pijama listrado (The Boy in the Striped Pyjamas) - 2008; leve e delicado

O menino do pijama listrado (The Boy in the Striped Pyjamas), lançado em 2008.
Um filme de Mark Herman.
Este é um melodrama bom. Passa longe da perfeição e aborda de um modo um tanto infeliz um tema tão delicado e pesado como o holocausto. Mas nisso também há algo de proveitoso: é que a trama é abordada do ponto de vista de um menino ingênuo e curioso, interpretado pelo ator mirim Asa Butterfield, o Hugo Cabret. Vera Farmiga completa o elenco com seu talento.

Estamos na Alemanha Nazista da década de 40, e Bruno (Butterfield) é um garoto de vida confortável, filho de um oficial nazi, agente da SS e de Elsa (Farmiga). Ele recebe a notícia de que irão se mudar para uma fazenda. Na verdade a casa é ao lado de um campo de concentração e extermínio. Lá ele vive no ócio de brincar sozinho em um pequeno quintal, mas um dia ele começa a "explorar" a área e consegue sair para o bosque e, eventualmente, chega na cerca do campo de concentração que seu pai administra. Na ignorância que a ingenuidade causa, ele apenas estranha o uso de "pijamas" pelos presos durante todo o dia. E conhece Shmuel, um pequeno judeu do outro lado da cerca. Eles nutrem uma amizade, apesar da propaganda anti-semita que Bruno absorve, ele se convence de que os judeus não são maus. Mas essa amizade vai gerar transtornos...

Como já foi dito, apesar de o holocausto ser retrato de um modo (creio eu) mais humano e menos feio do que realmente foi, a bela história contada a partir do ponto de vista de um garoto, serve para contradizer a histórica frase de Maquiavel (Ou é Hobbes? Manifestem-se, sociólogos, por favor) de que o homem é mau por natureza. Sem ser poluído pela propaganda nacional-nazista (ao menos não de todo), Bruno se deixa levar pela amizade que desenvolve com o pobre menino de vida amarga, é a pureza de uma criança. A trilha sonora é de James Horner, sempre eficiente.
Se por uma lado O menino do pijama listrado é pouco politizado e não serva para denunciar o holocausto (que afinal já foi muito denunciado no cinema, literatura e TV), ele tem uma história absorvente que nos permite um novo ângulo, um novo ponto de vista.
Sim, é um melodrama, mas não daqueles muito pretensiosos e comerciais.

#ficaadica

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Poderoso Chefão (The Godfather) - 1972; a obra mais reconhecida de Coppola

O Poderoso Chefão (The Godfather), lançado em 1972.
Um filme de Fracis Ford Coppola.
Desde seu lançamento em 1972, O poderoso chefão se mantém como uma das maiores obras do cinema mundial, com uma qualidade praticamente incontestável, aclamado por toda a crítica e pelo público. Tanto que em 2007 o AFI o colocou em 2º lugar numa lista dos 100 melhores filmes norte-americanos da história, atrás apenas de Cidadão Kane, e o 1º numa lista dos 10 melhores filmes de gangster. 
E não é por pouco; Coppola faz um trabalho tão mágico, tão maravilhoso, que mesmo o mundo violento da máfia nos encanta e ganha nosso respeito e admiração. O filme acompanha a vida da família Corleone ao longo de uma década, tratando de temas como família, honra, lealdade e passagem de poder.

No 1945 pós-guerra, durante a festa de casamento de sua filha, Don Vito Corleone (Marlon Brando) ouve pedidos de favores. Um homem pede vingança contra os estupradores de sua filha, e outro pede ajuda para estrelar um filme. É que Vito Corleone é o chefe da família mafiosa de origem italiana, poderoso no mundo político e administrador de cassinos e outras atividades clandestinas.
Dias depois ele e os filhos se encontram com Sollozzo, que pede ajuda dos Corleone no negócio do tráfico de heroína da família Tattaglia, mas ele se nega a envolver-se no mundo das drogas. Um de seus homens acaba sendo morto. Vito é atingido por cinco tiros mas sobrevive, e seu filho Michael (Al Pacino), que antes se recusava a participar das atividades da máfia, impede que o pai seja assassinado no hospital onde se recuperava do ataque. Em retaliação, Sonny (James Caan), filho mais velho, mata Bruno, filho de Don Tattaglia. Depois de matar gente envolvida no esquema, Michael foge para a Sicília, onde se casa com uma nativa. Mas nos EUA eclode uma guerra entre as cinco famílias, e uma rede de intrigas se forma.

O poderoso chefão tem uma violência elegante. O segredo dele é mostrar a máfia por dentro, vemos o que se passa no interior de uma família, não o que a família faz. Não vemos os cassinos, não vemos crime a não ser os assassinatos, a máfia parece não fazer coisa errada. E o centro de tudo isto é a figura de Don Vito Corleone, brilhantemente interpretado por Marlon Brando, uma figura patriarcal, calma e benévola, protetor da família, que se tivesse os seus conselhos seguidos, o de não envolver as máfias nas drogas, teria evitado muita tragédia. Mesmo a máfia sendo uma organização criminosa, os vilões são apenas os traidores, e o espectador aceita isso. O importante é a lealdade à família. Coppola nos faz simpatizar com os criminosos.

Mas o verdadeiro protagonista é Michael Corleone, também um trabalho brilhante de Al Pacino. Enquanto no início vemos ele recusar a se envolver nas atividades da família, ele se sente obrigado a se envolver após ver o pai quase morrer (novamente a questão da lealdade), e eventualmente sucede o pai no papel de Don, e continua assim na sequência: O poderoso chefão: parte II. É que um dos principais temas aqui é justamente a transferência de poder entre as gerações.

É imperdível para os fãs de cinema.

#ficaadica

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Gladiador (Gladiator) - 2000; um épico falho porém gratificante

Gladiador (Gladiator), lançado em 2000.
Um filme de Ridley Scott.
Gladiador não é um drama histórico impecável por um motivo: muita imprecisão histórica em favor de um enredo mais emocionante. Cômodo não matou o pai Marco Aurélio, nem governou por poucos anos antes de ser morto numa arena de gladiadores. E não é um filme de gladiadores impecável por outro motivo: pouca violência e excesso de intriga política. Mas estamos a nos adiantar demais, vejamos primeiro a sinopse.

Estamos na Roma de 180 da era cristã, no governo de Marco Aurélio. A política imperialista de Roma resultou na conquista de um vasto império, e só falta uma batalha: contra os bárbaros da Germânia. E o comandante militar é Maximus (Russell Crowe), homem nobre que possui toda a confiança do imperador. Velho e já sentindo a aproximação de sua morte o imperador confidência a Maximus que pretende dar-lhe o trono provisoriamente, que mais tarde deveria ser entregue ao senado e Roma voltar a tornar-se uma república. Maximus relutante diz que vai pensar e antes mesmo de tomar um decisão, Marco Aurélio é morto pelo seu filho Cômodo que imediatamente assume o trono e decreta a morte de Maximus. Quase a ser executado ele consegue fugir, mas não chega em sua casa a tempo de evitar que o filho e a esposa sejam assassinados. Fraco ele desmaia e quando recupera a consciência se vê escravizado, para servir de gladiador. Então ele faz de tudo para ser sempre o campeão e eventualmente reencontrar Cômodo e matá-lo como vingança.
 
Gladiador oferece diversão, com as poucas lutas que possui já é capaz de tirar o filme da lama (que é muita, literalmente); mas boa parte de sua longa duração é muito mais focada nas caretas de ódio e amargura de todos os personagens, intriga política e diálogos pouco críveis. É notável a recriação da época, com figurinos, se não de todo verossímeis, ao menos bonitos e interessantes. E boa parte dos cenários também são bastante críveis. Mas o Coliseu, recriado em computador, não é muito interessante. Parece mais um video-game, com uma imagem embaçada que nem se quer permite visualizar a multidão que assiste aos jogos nas arquibancadas. E não, não engulo a notícia de que Crowe venceu o Oscar com esse trabalho. Embora seja o herói, é difícil criar grande simpatia por ele, é antipático demais o seu personagem. Tom Hanks com Náufrago ou Javier Bardem com Antes do anoitecer seriam melhores escolhas.


#ficaadica

sábado, 19 de janeiro de 2013

Looper: Assassinos do Futuro (Looper) - 2012; imprevisível e inteligente

Looper: Assassinos do Futuro (Looper), lançado em 2012.
Um filme de Rian Johnson.
Looper é um filme inteligente. Um pouco difícil de acompanhar e compreender mas, garante diversão com o enredo enxuto e cheio de ação. Formulado a partir da premissa da "viagem no tempo", ele é ambientado em 2044 e 2074, na China e nos EUA.
Em 2044 a viagem no tempo ainda não havia sido inventada, mas será em 2074. Tão logo inventada, será declarada ilegal. Mas a máfia passa a usá-la para se livrar de gente desagradável. Aí surge a profissão dos loopers: assassinos de 2044 que matam gente enviada de 2074. Está ali um homem armado, aparece do nada uma vítima amarrada e encapuzada que é morta quase instantâneamente. Mas o contrato prevê que nenhuma vítima deve sobreviver e os loopers, eventualmente, serão obrigados a matar, sem perceber, o seu eu do futuro. Isso é conhecido como "fechar o looper", e a partir deste momento o looper  passa a ter contados trinta anos de vida e recebe barras de ouro (as outras mortes eram pagas com prata). Um belo dia Joe, um desses loopers que adora uma droguinha estranha no olho, recebe do futuro seu próprio eu, mas as coisas dão erradas e o velho foge. Perseguidos pela máfia de 2044, que querem matar um ou outro (de preferência o mais novo, fazendo com que o velho desapareça automaticamente), Joe jovem tenta matar a versão velha de si mesmo. Mas eventualmente descobrimos que o motivo de o velho ter feito aquilo era matar em 2044 uma criança que viria a se tornar o chefão da máfia em 2074 e assim evitar a morte de sua esposa grávida. Mas isso é só o começo da história, pois ainda existe personagens chave para aparecerem.

Do ponto de vista científico, obviamente, a viagem no tempo não faz sentido algum, nem mesmo no filme. Mas o cinema se permite ao uso da ficção e permite falhas como esta; que em Looper acaba nem sendo uma falha. Ela faz parte do enredo e é necessária na construção deste.
Verdadeiras falhas mesmo são apenas as do elenco. Joseph Gordon-Levitt não me agradou no papel, mesmo sendo um assassino ele está antipático e cru demais para poder ser engolido, acaba fazendo um monte de caretas para ficar com cara de cruel e frio; e o menino que interpreta Cid, Pierce Gagnon, está horrível. Vários atores mais jovens fazem coisa melhor do que ele fez.

Mas o ritmo rápido e a trama bem pensada garante um thriller divertido e memorável.
#ficaadica