Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Tambor (Die Blechtrommel) - 1979; a crueldade do mundo pelos olhos de uma criança

O Tambor (Die Blechtrommel), lançado em 1979.
Um filme de Volker Schlöndorff.
O Tambor é um filme um pouco diferente. Vocês se lembram de O menino do Pijama Listrado? Nele acompanhamos o holocausto pelo olhar de um menino. Acontece algo semelhante nesse clássico do cinema alemão, que é baseado no romance homônimo de Günter Grass.
Ambientado num longo período que também compreende o da II Guerra, vemos a disputa entre Alemanha e Polônia por uma região entre as duas nações (que hoje é área polonesa), o nacionalismo exarcebado; de maneira leve e superficial, a perseguição aos judeus. O tambor é um drama fantasioso carregado de humor negro e crítica social. Mas não é aquele humor ácido, é um humor amargo mesmo.

O narrador nos conta como sua avó conheceu o avô e como sua mãe o concebeu. Oskar nasceu em 1924, na cidade de Danzig, já com pensamentos de um adulto, e lhe prometeram que quando completasse três anos ganharia um tambor de presente.
A promessa foi realizada, mas no dia de seu aniversário - já tendo percebido as hipocrisias do mundo dos adultos, e vendo que sua mãe traía o marido com um primo, a ponto de o próprio Oskar já presumir que seu pai na verdade é o tal primo - ele decide que não quer mais crescer. Se joga da escada da adega e a partir deste momento deixa de crescer fisicamente. Apesar de amadurecer um pouco, veja bem, um pouco, ele nunca larga seu tambor e aprende a usar seus gritos agudos, capazes de quebrar vidros e cristais, para conseguir o que deseja.

O tambor é cheio de simbolismos. O próprio instrumento parece ser para o menino, o coração de sua mãe batendo, quando ele ainda estava no útero.
O menino é infantil, egoísta e indiferente ao mundo, não é exatamente um personagem carismático, talvez até malévolo. Bem parecido com os sentimentos egoístas dos povos germânicos na época de Hitler. Para conseguir o que quer ele grita, assim como fazia o líder austríaco.
É notável porém que ele se mantém céptico à ideologia nazista, ainda que o pai se torne um oficial do partido, tanto que uma das mais marcantes cenas é justamente o da sabotagem do comício nazi.
Ele não quer se inserir no meio adulto, mas contra sua própria vontade isso ocorre. Seu egocentrismo diversas vezes provocou tragédias.

O filme tem, porém, sérios problemas de narrativa. Diversas vezes a trama se arrasta, e nem sempre tudo é ligado de modo lógico e ideal. No entanto não é um roteiro difícil de se compreender. As alegorias da infância e da guerra estão lá bem explícitas.
Como o ator mirim que interpreta Oskar por diversas vezes se envolve em cenas de sexo e nudez, a película também acabou causando polêmica e censuras mesmo no século XXI.

Mas num balanço geral, Die Blechtrommel é um ótimo filme que merece ser conhecido. Um expoente do cinema alemão e europeu da década de 70.

#ficaadica

Nenhum comentário:

Postar um comentário