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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Chop Shop (idem) - 2007; o cotidiano no subúrbio e a esperança de uma vida melhor

Chop Shop (Chop Shop), lançado em 2007.
Um filme de Ramin Bahrani.
Chop Shop segue o estilo do que se costuma chamar de neo-realismo. Já falamos sobre esse "movimento" aqui no blog. Nele os cineastas procuram retratar pessoas e seu cotidiano, seu meio, seus problemas por meio de tramas simples mas extremamente verossímeis; como a literatura realista.
Ramim Bahrani nos dá um retrato verdadeiro e hábil de uma parte da sociedade americana contemporânea, sem apelar para sentimentalismo nem para a total indiferença, brutal e fria. Tudo é dosado, mas totalmente sincero.

Alejandro é um menino órfão que vive no subúrbio de Nova York. Ele nunca foi à escola e depende de pequenos furtos e de comércios ambulantes para sobreviver. Apesar da vida dura é uma criança alegre. Quando encontra um emprego e abrigo numa oficina de carros, ele leva sua irmã Isamar para viver com ele e lhe arruma um emprego numa van que vende comida. Quando lhe oferecem uma van ele começa a juntar dinheiro para comprá-la, na esperança de proporcionar um futuro melhor para si e para a irmã.

Chop Shop cutuca duas feridas abertas da sociedade norte-americana. Uma é a existência de grande desigualdade social e a presença de verdadeiros submundos de pobreza em seu território, o que não costuma ser mostrado com frequência, o que acaba levando aos mais impressionáveis a ideia de que aquele é um país perfeito e rico. A segunda é a questão da presença grande de imigrantes no país, vivendo grande quadro de exclusão. Está aí um dos diferenciais, que o diretor é filho de iranianos e sentiu na pele o preconceito.

O ambiente da história é feio, sujo e abandonado pelas autoridades, nele temos atividades informais, mercado negro, prostituição, drogas e violência. Nesse cenário cresce um menino que sofreu várias rasteiras da vida. Ele foi forçado a amadurecer antes da hora, e quando sua irmã vai viver com ele, o que o faz vibrar de alegria, ele acaba mostrando ser mais maduro que ela e trabalha para sustentar os dois. Quando descobre o segredo de sua irmã ele se irrita, mas não a confronta. Está ocupado a sonhar com uma vida mais digna.

A fotografia clara feita por câmera de mão dá ainda mais naturalidade à película. Seus atores não são profissionais e emprestam seus nomes aos personagens, mas suas atuações são soberbas, envergonham atores profissionais. O roteiro foi enxuto até ficar perfeito: nada sobeja, e o que parece que falta ser dito o diretor logo nos dirá com as imagens, não será preciso falar nada.
Um drama amargo para nos ensinar a sonhar.

#ficaadica

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