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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Confissões de uma Mente Perigosa (Confessions of a Dangerous Mind) - 2002; entre a realidade e a fantasia

Antes de tudo quero agradecer a todos vocês leitores e visitantes pelo apoio que me deram neste ano. Para mim foi um período de muitas descobertas cinematográficas e de aprendizado. Espero que para vocês também, e que eu tenha contribuído um pouco nisso. 
Desejo-lhes um excelente 2014, cheio de saúde, alegria e, claro, bons filmes.

Um grande abraço;
O autor.

Confissões de uma Mente Perigosa (Confessions of a Dangerous Mind), lançado em 2002.
Um filme de George Clooney.
A estreia de George Clooney na direção de um filme deu certo. Talvez pelo roteiro invejável do filme: assinado por Charlie Kaufman, um dos nomes mais lembrados de Hollywood, autor dos scripts de Adaptação, Brilho eterno de uma mente sem lembranças e outros. Mais tarde Kaufman reclamou que Clooney fizera grandes alterações no texto, o que o desagradou profundamente. Isso talvez explique porque Confessions of a Dangerous Mind é tão mais "comum" que as outras produções escritas por ele. Mesmo assim Clooney não decepcionou nessa adaptação da autobiografia homônima de Chuck Barris, apresentador e produtor de televisão que nos anos 60 e 70 criou programas de sucesso (e qualidade duvidosa) nos EUA.

Estamos nos anos 60, período de Guerra Fria, e o jovem Chuck Barris consegue se meter no show business, mas não crescer dentro dele. Ainda frustrado com seus fracassos ele é convidado a trabalhar para a CIA, matando comunistas. Nisso ele consegue estrear seus programas, conciliando seus dois trabalhos numa agitada vida dupla, que ainda conta com seu relacionamento com as mulheres e as críticas massivas à qualidade questionável de seus projetos.

Provavelmente interessado em chamar a mídia para cima de si, em 84 Chuck Barris lançou sua autobiografia, na qual ele alega ter trabalhado para a CIA e matado mais de 30 pessoas nesse serviço (ele confirmou isso em posteriores entrevistas). Já a Agência sempre negou que ele tivesse trabalhado lá.
Como essa história nunca foi engolida por ninguém, o criativo Kaufman aproveitou para criar uma divertida história que insere essas "aventuras secretas" no meio da realidade. Mas faz isso de um jeito que sempre nos dá pistas de serem meros devaneios. Ele mistura gêneros como o pseudo-documentário, suspense e drama. Conserva um pouco da loucura que lhe deu fama, mas faz um filme mais fácil de ser compreendido.

Clooney, que já tinha uma consolidada carreira como ator e andava fazendo sucesso como produtor, pegou o roteiro (que já havia interessado pelo menos três diretores, que depois desistiram) e encarou o desafio de dirigir pela primeira vez e começou com o pé direito. Se aproveitando da data da narrativa e de seu gosto por filmes do período, ele inseriu um pouco do estilo cinematográfico da época, dando um charme a mais na produção. Além disso entremeou nela fragmentos de entrevistas com pessoas que conheceram ou trabalharam com Barris, que deu um resultado muito interessante, deixando a obra com uma cara ainda maior de pseudo-documentário. Por outro lado ele exagerou um pouco em alguns efeitos visuais, mesmo que na maior parte do tempo eles tenham sido bem empregados. A fotografia escura também combinou com a trama misteriosa.

Já o elenco também não deixa a desejar. Tirando Julia Roberts, que mesmo linda e sensual fica devendo alguma coisa, o restante dos atores surpreende. Primeiro Sam Rockwell, o protagonista. Ele deu um excelente Barris. Drew Barrymore acertou no papel e Clooney também atuou bem, como o agente da CIA. Brad Pitt e Matt Damon aparecem numa pontinha somente, mas muito inusitada.

#ficaadica

domingo, 29 de dezembro de 2013

O Declínio do Império Americano (Le déclin de l'empire américain) - 1986; uma divertida reflexão sobre amor e sexo

O Declínio do Império Americano (Le déclin de l'empire américain), lançado em 1986.
Um filme de Denys Arcand.
Este é o antecessor de As invasões bárbaras. Mesmo com mais de 16 anos de intervalo entre o lançamento de um e de outro, ambos são excelentes produções, cheios de charme e bom humor (embora o caçula seja mais melancólico, tenha recebido o Oscar de melhor filme em língua estrangeira - seu irmão mais velho apenas foi indicado - e o canadense Denys Arcand tenha amadurecido nesse tempo).
Assim como eu fiz, você pode sem problemas ver o outro primeiro; eles são bem independentes, apenas alguns dos personagens são os mesmos. Mas é claro que ver este aqui antes pode melhorar ainda mais a experiência de assistir ao outro.

Quatro professores universitários do departamento de história da Universidade de Montreal, de diferentes personalidades (embora dois tenham em comum serem bastante mulherengos) estão a preparar um jantar. Eles conversam sobre os mais variados assuntos, mas sobretudo sobre sexo e o relacionamento entre homens e mulheres. Ao mesmo tempo quatro mulheres, amigas, esposas ou colegas desses homens, estão em uma academia numa conversa de temática muito semelhante. Mais tarde eles jantarão juntos e alguns segredos serão revelados.

Como tantos outros filmes, Le déclin se faz em cima de diálogos, o enredo mesmo é apenas o resumo acima. Mas as conversas desses oito intelectuais, além de interessantes e muitas vezes engraçadas, são carregadas de um significado implícito que não é muito difícil de entender. Eles falam de sexo, mas não sobre o ato em si e toda sua troca de fluidos, e sim da importância e do significado dele em suas vidas. São reflexões sábias e profundas, mesmo que mascaradas por um tom mais alegre, comentários ácidos e um vocabulário "mais espontâneo". Entremeada nelas há anotações políticas e passagens que contextualizam a obra no tempo de sua produção e satirizam a sociedade da época. Também não se pode deixar de reparar que tudo envolve uma certa competição intelectual entre esses amigos.

Também se deve elogiar o trabalho de todo o elenco. Eles conseguem dosar muito bem as características de seus personagens de modo a não torná-los artificiais. E há grandes acertos no visual, não só na fotografia natural mas muito bem feita como na montagem, que cria sequências muito legais, revezando a câmera entre os atores e às vezes inserindo pequenos flashbacks.

O Declínio do Império Americano consegue mostrar o panorama social-político-econômico de sua época e criticar algumas coisas dele, ao mesmo tempo que faz uma doce celebração da vida, da liberdade e da sexualidade.

#ficaadica

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Piaf - Um Hino ao Amor (La Môme) - 2007; dor e arte

Piaf - Um Hino ao Amor (La Môme), lançado em 2007.
Um filme de Olivier Dahan.

Nas 85 cerimônias do Oscar, em apenas duas ocasiões uma atriz atuando num filme de língua não inglesa conseguiu a estatueta de melhor atriz principal, mesmo tendo havido várias indicações. Não é difícil imaginar os motivos para esse protecionismo. Por isso você já deve imaginar que se a francesa Marion Cotillard tirou o prêmio das mãos de Cate Blanchett, Laura Linney, a lendária Julie Christie e do aclamado trabalho de Ellen Page em Juno, ela deve ter dado uma aula de atuação. E deu mesmo. La momê é a cinebiografia da cantora francesa Édith Piaf, que fez sucesso em meados do século XX.

Conhecemos a miserável infância de Édith, ignorada pela mãe e com o pai ausente lutando na I Guerra; a sua conturbada juventude; a dura ascensão de sua carreira, os dramas pessoais, o declínio e a morte.

La momê é um filme sentimental, que claramente nos tenta fazer sofrer. Mas diferente de um melodrama qualquer ele se sustenta nessa ambição por ser um relato real. Toda a vida de Édith foi marcada pela solidão. Passou fome, quase ficou cega, em poucas ocasiões conseguiu ternura. E na maioria delas foi duramente arrancada das pessoas que lhe deram carinho. Se já não bastasse essa história amarga, Olivier ainda trabalha mais nos pequenos dramas, acentuando a dor e estendendo demais o filme. Eis os problema de Piaf.

Por outro lado o filme acerta em cheio nos figurinos, na cenografia impecável, na maquiagem impressionante - capaz de envelhecer com sinceridade - e na fotografia que acompanha o humor da protagonista ou a tragicidade da cena: varia da fria e cinzenta, chega a ser cálida em ambientes internos e durante as apresentações em palco, e em poucas ocasiões fica alegre e colorida.
A trama é construída por recortes do presente e por flashbacks, mesmo assim ela flui sem problemas e o diretor mostra que sabe o que faz. A trilha sonora é constituída principalmente pelas gravações originais da cantora, e também são imprescindíveis para o sucesso da obra. O epílogo é memorável, com uma música bem apropriada.

Mas o pilar mesmo é Cottilard. Perfeita. Ela personifica Édith, se entrega profundamente ao papel. Cada mínimo gesto, cada expressão, cada sorriso, são extremamente convincentes.
Piaf vive bêbada, tem algum senso de humor - as vezes é extrovertida- e morrerá prematuramente devido ao excesso de morfina. Ela anda meio encolhida, tímida, melancólica; carrega dentro de si muita dor e desilusão. Mas quando ela canta todo esse sentimento é transmitido em sua arte, sua música.

A vida de Édith Piaf foi uma canção triste. E o filme sobre a vida dela é uma das melhores cinebiografias que já assisti.

#ficaadica

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Amor, sublime amor (West Side Story) - 1961; amor e ódio

Amor, sublime amor (West Side Story), lançado em 1961.
Um filme de Jerome Robbins e Robert Wise.
Além de ser o filme musical mais bem sucedido da história; West Side Story é um verdadeiro retrato da sociedade norte-americana da época em que foi lançado, coisa que poucas outras produções do gênero foram capazes de fazer. Sem falar que é bem diferente, cheio de charme e divertido. Imperdível para quem curte musicais.

Estamos em West Side, em Nova York, no final dos anos 50. Duas gangues rivais - uma de "nativos", os Jets, e outra de imigrantes porto-riquenhos, os Sharks - se enfrentam pelo domínio da área. No meio desse conflito o antigo líder dos Jets vai se apaixonar pela irmã do líder dos Sharks.

Esta é a adaptação cinematográfica de um espetáculo homônimo da Broadway, claramente inspirado em Romeu e Julieta, onde um casal de famílias/gangues inimigas vivem um amor impossível. Mas não é no melodrama romântico que este filme nos encanta, é a sujeira do mundo onde é ambientado. West Side Story é anos 60, é anos 2010, é toda a história norte-americana.
Mas sobretudo é anos 50/60 mesmo.

Nesse período que as chamadas tribos urbanas começaram a aparecer com mais notoriedade e atingiram seu ápice. Em toda a história do país houve gangues, mas foi na segunda metade do século XX que a "cultura marginal" mais se desenvolveu e os grandes centros urbanos viram aumentar os níveis de violência. Nosso filme tem isso.
Também em toda a história dos EUA eles receberam um grande número de imigrantes, das mais diversas nacionalidades. Mas foi a partir do fim da II Guerra e durante a Guerra Fria, momento em que toda a América Latina vivia sob ditaduras, que uma verdadeira onda de latinos adentrou o país. Esses fatos ainda hoje se repetem, como também se repete a marginalização desses imigrantes e o preconceito com o qual são vistos. Nosso filme também tem isso.

Como já disse o musical é um retrato da sociedade de sua época. E é original por não só trazer esses elementos violentos e "feios" num musical como também por denunciá-los, numa época no qual o cinema ainda era bastante comercial e voltado quase somente para diversão. É um filme bem teatral, com muitas falas, ações e até personagens bastante artificiais - característica de musicais e de películas da época - mas mesmo assim você se entrega a ele. As coreografias são bem ensaiadas e complicadas (as lutas são um verdadeiro balé) e as músicas, num geral, muito interessantes; algumas bem ácidas, que reforçam a crítica social que o filme faz e a sua temática violenta. Junte isso a figurinos competentes, cenários magníficos e alguns efeitos especiais. E some com os desempenhos enérgicos da maioria do elenco, em especial Rita Moreno e George Chakiris. O resultado é Amor, sublime amor.

#ficaadica

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Curta-metragem: Hiato - 2008; a barreira invisível que separa as classes sociais

Hiato (Hiato), lançado em 2008.
Um documentário de Vladimir Seixas.
Em 2000 um grupo de sem-tetos, sob forma de um protesto pacífico, foi para uma zona nobre do Rio de Janeiro e entrou no shopping center da região. A "invasão" chocou as pessoas que estavam no local e atraiu a atenção da grande mídia.

Em 2008 o cineasta Vladimir Seixas, a partir de recortes de filmagens feitas na ocasião, a maioria fornecida pelos próprios manifestantes, criou um pequeno documentário sobre o protesto.
Como o filme fala da grande desigualdade do país, onde a riqueza e a miséria vivem lado a lado, batizou-o de Hiato, fazendo alusão com o hiato linguístico, no qual duas vogais, mesmo "vizinhas", mesmo sem um símbolo ou espaço entre elas, são pronunciadas separadamente. Também mostra o preconceito e a hipocrisia presente na sociedade.

Assista e tire suas conclusões.

Qualquer problema com o vídeo, como ter sido deletado, por favor nos avise nos comentários.

sábado, 21 de dezembro de 2013

O Jardim dos Finzi Contini (Il giardino dei Finzi Contini) - 1970; a intolerância dos regimes totalitários

O Jardim dos Finzi-Contini (Il giardino dei Finzi-Contini), lançado em 1970.
Um filme de Vittorio De Sica.
Vittorio De Sica é um dos pais do neorrealismo italiano, movimento surgido imediatamente após a II Guerra, que denuncia com crueza os problemas sociais da Itália. É de De Sica o clássico Ladrões de Bicicleta, um dos expoentes do movimento. Quando ele filmou Il giardino dei Finzi Contini, baseado no romance homônimo de 1962 do italiano Giorgio Bassani, o movimento já tinha acabado. Neste filme ele retorna com os problemas sociais de seu país perto do conflito, depois de ter se rendido por um período aos esquemas hollywoodianos, mas desta vez não acompanharemos a vida de pobres, mas de ricos.


Na cidade de Ferrara, Itália, a família de judeus Finzi Contini é uma das mais ricas e tradicionais. Com o regime fascista de Mussolini, aliado ao nazismo anti-seminta de Hitler, os judeus são proibidos de frequentar clubes. Nessa época a família abre suas portas e recebem convidados, judeus e não judeus, para se divertirem em seu jardim. Micol é a herdeira mais velha e nutre grande afeto pelo irmão Alberto, jovem não muito saudável. Giorgio, um dos amigos da família se apaixona por ela, no entanto Micol está interessada num amigo de seu irmão, Malnate. Enquanto isso a repressão contra os judeus vai se tornando cada vez pior.

É de forma sutil que De Sica narra sua história. Muitos dos pormenores da trama são apenas insinuados, nos levam a suspeitas que muitas das vezes jamais são confirmadas ou desmentidas. Ficamos na dúvida depois que termina a película. Os personagens variam de um jovem rebelado com a sociedade, mas incapaz de tentar qualquer coisa que pudesse melhorá-la, até uma bela jovem que parece incapaz de amar. Parece ainda haver atrações incestuosas e homossexuais nesse núcleo social, mas isto são suposições do que o filme pode dar a entender. O elenco competente tem forte contribuição para isso funcionar, trazendo nomes como Dominique Sandra, Helmut Berger e Lino Capolicchio.
Fora dos muros da propriedade dos Finzi Contini a Itália rui e os direitos humanos são violados, mas a maioria das pessoas não percebe o que realmente acontece ou ignora. Vivem suas vidas o mais próximo possível de como sempre viveram, se preocupando apenas com suas vidas e esperam. Há coisa mais comum que isso?

Embora o filme tenha um grande charme, também tem seus problemas. O primeiro é que pode ser bem monótono às vezes, cansativo, mesmo não sendo longo. Mas o que mais desagrada é a câmera que parece ter vida própria e sofrer de esquizofrenia. Um série de cortes violentos e zooms desagradáveis (o tempo todo ficam brincando com a ferramenta) são as pedras no meio do feijão. Mas ainda sim merece ser assistido.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Curta-metragem: Lavatory-Lovestory (Ubornaya istoriya) - 2007; um dia o amor bate na porta

Lavatory-Lovestory (Ubornaya istoriya), lançado em 2007.
Um filme de Konstantin Bronzit.
Tinha um bom tempo que não assistia a um curta tão bacana.
Preto e branco, com traços finos e simples, como nos primórdios da animação, o russo Bronzit nos conta uma divertida e delicada história de uma mulher solitária sonhando e procurando um amor. Para melhorar o tempero o filme tem uma trilha minimalista bastante interessante.
O curta foi indicado ao Oscar de melhor curta de animação.
Qualquer problema com o vídeo, como ter sido deletado, por favor nos avise nos comentários.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Fantasia (idem) - 1940; uma deliciosa explosão de cores e sons

Fantasia (Fantasia), lançado em 1940.
Um filme coletivo de vários diretores.
Um dos primeiros longas de animação produzidos (e o terceiro da Disney), Fantasia pode ser definido por uma palavra: ambicioso. Composto por oito segmentos (basicamente oito curtas), cada um inspirado e acompanhado por alguma música clássica de compositores como Bach, Beethoven, Schubertt e Tchaikovsky, Fantasia levou o som estéreo aos cinemas e mesclou, pela primeira vez, animação e música clássica. Até hoje seu legado reflete nas animações, gênero para o qual contribuiu significativamente.

Deems Taylor é o mestre de cerimônia que vai nos conduzir por Fantasia. Ele nos apresenta o projeto e depois vai revelando as próximas atrações, os compositores das músicas e seu significado artístico. O regente Leopold Stokowski comanda a Orquestra de Filadélfia. Então as imagens animadas dominam a tela ilustrando as canções.

Na maioria das vezes as imagens estão sincronizadas com os sons dos instrumentos. De repente as músicas ganham cores e texturas, que vão desde imagens abstratas a histórias bem definidas.

Toccata and Fugue in D Minor abre os trabalhos, dando verdadeiro visual ao som e nos apresentando a orquestra e o regente através de suas silhuetas.

Então a verdadeira fantasia surge como num sonho em Nutcracker Suite, onde vemos pequenas fadas a iluminar a natureza com sua maravilhosa magia. Depois outras criaturas fantásticas continuam nessa dança das estações. É uma das melhores partes da produção.

The Sorcerer's Apprentice traz Mickey Mouse na pele de um aprendiz de mago que decide fazer magia por sua própria conta e risco.

Rite of Spring ilustra o surgimento da vida na Terra, desde as primeiras bactérias até a extinção dos dinossauros.

Intermission/Meet the Soundtrack personifica a trilha sonora e divide a película.

A mais bela de todas é também a mais sensual e por isso mesmo mais polêmica: The Pastoral Symphony traz criaturas pagãs maravilhosas, como deuses greco-romanos, unicórnios, cavalos alados e minotauros num alegre ritual.

Dance of the Hours traz o balé clássico apresentado por animais.

Night on Bald Mountain/Ave Maria mostra o demônio aterrorizando uma aldeia e depois a procissão que vai afastar o mal dela.

Embora, como quase toda animação produzida entre 1940 e 1960, Fantasia seja um filme com alguma malícia, referências ocultas ao sexo e contenha cenas chocantes para certas crianças, é um filme obrigatório para todo cinéfilo e pode sim ser apresentado às crianças mais grandinhas (eu, se tivesse um filho de seis ou sete anos, lhe apresentaria) que deverão se encantar com a explosão de cores vivas que a Disney produziu. Chega a ser inacreditável que tenham feito o que fizeram sem a atual computação.