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sábado, 31 de maio de 2014

Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo) - 2011; ritmo alucinante e ótimas atuações

Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo), lançado em 2011.
Um filme de David Fincher.
David Fincher tem se dado bem com adaptações. Sobre o conto de F. Scott Fitzgerald ele fez o belíssimo O curioso caso de Benjamin Buttono moderno e dinâmico A rede social também é uma adaptação e Zodíaco (post em breve) também foi concebido de um romance. The girl with the dragon tattoo é mais um êxito seu, baseado no best-seller do sueco Stieg Larsson.

O jornalista Mikael Blomkvist (Daniel Craig) perdeu um processo judicial de um bilionário de quem havia acusado de crimes. Com a credibilidade abalada ele aceita um trabalho de um velho empresário para investigar o desaparecimento de sua sobrinha nos anos 60. Durante o processo ele reúne pistas que podem colocá-lo em perigo e se alia à inteligente e imprevisível hacker Lisbeth Salander (Rooney Mara).

É alucinante o ritmo de The girl with the dragon tattoo. 
Fincher segura o suspense como poucos cineastas são capazes e as duas horas e meia de duração voam. Melancolia e tensão se misturam nesse thriller. Tudo é sombrio e triste; mas apesar do drama quem pesa mais é o suspense. Crimes envolvendo ódio contra mulheres passam a ser investigados por duas pessoas deslocadas do mundo, sobretudo Lisbeth. A mulher de aparência andrógina e mórbida por sua vez também despreza os homens, sentindo na pele as barbaridades que alguns deles são capazes de fazer. Juntos eles se encontram no covil das cobras, ilha onde vive uma família que não se fala, e correm atrás de fotografias, arquivos e depoimentos.

O trabalho de Rooney Mara é excitante. Cada gesto seu, até sua postura, é um meio de a personagem demonstrar como é alheia à sociedade. E estamos numa sociedade corrupta e podre. Sujeira que é mascarada pelas camadas generosas de gelo do norte da Suécia. O filme tem uma aparência fria e asséptica construída sobre a elegante fotografia acinzentada. Definitivamente a parte visual é incrível.  O clipe dos créditos iniciais, apesar de desnecessário, é muito interessante, criativo e bem feito. Todo o requinte visual é acompanhado por uma montagem (alguns flash backs em cima de narrativas dos personagens sobre o passado ajudam a nos situarmos) que tem papel chave na construção de todo o suspense e por uma trilha sonora inteligente.

Já Daniel Craig, já  imortalizado como o agente 007, também se sai muito bem e conquista o público com seu personagem, que parece ter uma certa obsessão pela investigação.

Se procura um thriller para a tarde de amanhã, domingo, este filme é uma boa pedida.

#ficaadica

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Tempos Modernos (Modern Times) - 1936; ou como deixamos de ser humanos

Tempos Modernos (Modern Times), lançado em 1936.
Um filme de Charlie Chaplin.
Um dos mais famosos dos filmes de Chaplin é também uma das maiores críticas ao socialismo já filmadas. Nele o cineasta, que também atua, critica os processos industriais desumanos e mergulha na crise econômica da década de 30, onde movimentos sociais eclodiam. Em meio a tanta desgraça ele nos presenteia com risos e esperanças.

O vagabundo trabalha numa fábrica onde o modelo fordista de produção é usado. Lá a divisão de trabalho é grande, e a desumanidade de todo o processo, que impede o personagem de se adaptar muito bem, acaba levando-o à loucura. Entre prisões e desemprego ele conhece uma jovem mulher órfã que vive de pequenos furtos de alimentos.

O humor que Chaplin usa é simples e puro, mas não pouco afiado. Diversas cenas satirizam o capitalismo e as mazelas sociais que causa, o sistema de produção de Taylor e de Ford, sempre lembrado como desumano e explorador. E isso rendeu cenas icônicas já imortalizadas pela história, em especial o momento no qual ele é engolido por uma máquina. Era a alegoria perfeita de como as pessoas haviam se tornado apenas máquinas de fazer dinheiro. De como vidas eram rebaixadas à alienação. Uma denúncia da falta de segurança que o trabalhador enfrentava no local de trabalho. Outra alfinetava veio com a absurda máquina alimentadora: queria-se explorar o trabalhador até a última gota, cada segundo dele na empresa, mas na prática certas soluções só exigiam outra mão de obra para operá-las.

Na depressiva década de 30, sob os efeitos da maior crise econômica global da história (embora já haja estudiosos que defendam que a Grande Recessão de 2008 superou a de 29) também eclodiam movimentos sociais, em especial greves dos trabalhadores, insatisfeitos com as condições de vida ruins e o alto nível de desemprego. Nesse contexto Chaplin também aproveita para criticar o controle do cidadão pelo Estado. O indivíduo deve se adaptar à nova realidade, à realidade do mercado. Chaplin acreditava num mundo de bem estar social. Inclusive foi Modern Times que consolidou totalmente ao cineasta a fama de ser comunista, termo na época ainda mais mal visto do que hoje.
O próprio diretor também teve problemas em adaptar-se aos tempos modernos. Ele lutou contra o cinema falado, mas vendo que seria inútil, que era uma guerra perdida, ele decidiu dançar conforme a música. Tempos Modernos é híbrido de filme mudo com falado. Foi a despedida. Depois dele tudo o mais adquiriu voz.

#ficaadica

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A Caça (Jagten) - 2012; o poder destrutivo de um equívoco

A Caça (Jagten), lançado em 2012.
Um filme de Thomas Vinterberg.
O dinamarquês Thomas Vinterberg é mais conhecido por ter, junto ao polêmico Lars von Trier, criado o movimento cinematográfico Dogma 95 (sob o qual, parcialmente, Dogville foi filmado). A obra mais aclamada de Vinterberg, inclusive, é um dos poucos filmes que de fato respeitam todas as regras: Festa de família. Embora contenha traços do Dogma, A caça é mais tradicional, mas não menos angustiante e incômodo.

Lucas (Mads Mikkelsen) é divorciado e por problemas financeiros aceita trabalhar no jardim de infância da cidadezinha dinamarquesa onde vive. Ele é adorado pelas crianças, em especial a pequena Klara, filha de seu melhor amigo. A menina, contrariada pela rejeição do professor quando ela o beija (ele explica que aquilo não deve ser feito) acaba falando para a diretora algo que ela havia ouvido o amigo do irmão dizer enquanto via pornografia. Imediatamente ele se torna suspeito de pedofilia, o que acaba se agravando e tornando sua vida um inferno.

Há pouco tempo a jornalista Rachel Sheherazade fez polêmica ao, supostamente, defender a ação de justiceiros. Independente de qual foi a real intenção do comentário a fala foi uma estupidez que, supostamente, aumentou um pouco os casos de linchamento no país(¹). Não faltam notícias de equívocos, onde inocentes foram agredidos pela população. Embora menos violento A caça funciona do mesmo modo, num conto moralizante sobre como não se deve precipitar conclusões graves e deixar as investigações e a justiça com a lei (isso é válido mesmo no Brasil, onde as coisas não acontecem com a eficiência da Dinamarca).

Vinterberg é natural ao filmar, preferindo uma iluminação mais realista, cenas silenciosas, pouca trilha sonora. O modo como ele fotografa e conduz a narrativa acompanha um pouco do enredo, iniciando com cenas mais alegres que vão se tornando mais pesadas na medida que o drama aumenta. Jagten não deixa a mínima dúvida da inocência do professor. O trabalho competente de Mikkelsen lhe valeu a Palma de Ouro. Essa certeza da inocência que temos se torna em revolta na medida que o professor vai sendo alvo de injustiças. Ninguém ouve sua versão dos fatos. Ninguém ouve a garotinha quando ela volta atrás e diz que falou algumas besteiras sem pensar.
No entanto é preciso se colocar no lugar dos outros personagens, que não possuem essa certeza; uma suspeita grave como a de pedofilia não pode ser simplesmente ignorada, mas é preciso bom senso e cautela para evitar problemas maiores pois crianças mentem, fantasiam e não têm muita noção do que é certo, do que é errado, do que se espera delas. O próprio ambiente de criação da garota contribuiu para os problemas, os pais brigam e não lhe dão atenção e o irmão mais velho é meio sem noção. Esses fatores indiretamente contribuíram para tantos problemas. A ingênua menina não foi vítima de abuso, mas assim como Lucas teve a vida realmente abalada a partir do momento que as pessoas tomaram conclusões precipitadas. Nesse ponto é impossível não lembrar do ótimo Desejo e Reparação onde uma mentira infantil destrói a vida de várias pessoas, inclusive da própria criança. A caça é um alerta para termos mais prudência nos pré-julgamentos e sobre como a justiça com as próprias mãos é nociva à sociedade. A cena derradeira mostra que, assim como em Atonement, alguns erros são irreparáveis.
#ficaadica

sábado, 24 de maio de 2014

A Natureza Quase Humana (Human Nature) - 2001; somos só macacos civilizados

A Natureza Quase Humana (Human Nature), lançado em 2001.
Um filme de Michel Gondry.
Dos filmes escritos por Charlie Kaufman (este era o último que faltava para eu conhecer toda a filmografia do roteirista) achei este o mais fraco. E não se pode simplesmente jogar a culpa na direção, até porque o melhor dos filmes "kaufianos" é justamente o que o francês Michel Gondry dirigiu quatro anos depois: Brilho eterno de uma mente sem lembrançasMesmo assim, o filme mais dispensável da carreira de ambos ainda teve um resultado razoável ao abraçar a teoria da evolução e nos aproximar dos macacos.

Uma mulher vive desde adolescente com um problema hormonal que faz com que tenha mais pelos que um homem, dificultando bastante qualquer envolvimento sexual. Depois de passar uma temporada vivendo no mato ela conhece um pesquisador virgem de pênis minúsculo. O doutor, por sua vez, foi criado por pais metódicos e tem uma compulsão por regras de etiqueta. Ele também é indiferente à paixão que sua colega de trabalho nutre por ele. Um dias os dois vão até a floresta e acabam conhecendo um homem que desde bebê foi criado como se fosse um macaco, sem qualquer contato com a civilização em toda sua vida.

Human Nature tem algo de trash, ou no mínimo é bem bizarro. Tive essa impressão vendo certas cenas absurdas e aparentemente idiotas. Muita coisa é mal contada na trama e cenários, figurinos e maquiagens muitas vezes também parecem muito mal feitas. A questão é se isso foi foi por desleixo ou proposital. Acredito muito mais na segunda hipótese.
Aparentemente foi apenas mais uma brincadeira de Kaufman, que sempre buscou explorar o absurdo e realidades só possíveis no cinema. Porém esse "desleixo" e humor (definitivamente é um filme de comédia) é construído em cima de um esqueleto dramático que não é difícil de ser visto. Kaufman e Gondry nos provoca com uma temática sempre recorrente na filosofia, sociologia e psicologia: o que é o homem e o que é a sociedade. Além de denunciar a falta de ética de certas pesquisas científicas.

Praticamente todos os personagens são carentes de amor e vivem marginalizados no mundo. Um porque nunca entrou em contato com ele e outros devido às suas diferenças físicas e intelectuais. Eles então vão oscilar entre a vida que chamamos normal, onde precisam se controlar (e aqui a sexualidade entra como um dos pilares do texto, fazendo com que sempre nos lembremos que somos animais), e uma vida selvagem. Afinal o que nos torna mais felizes, a liberdade de uma vida sem regras ou os avanços que a humanidade só pôde fazer devido à criação da civilização? É só um dos paradoxos oferecidos.

A  obra pode parecer coisa de lunático e não agradar muito, pecar em vários aspectos; mas mostra que até quando erram a dupla de produtores ainda é palatável.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A um passo da eternidade (From Here to Eternity) - 1953; antes da desgraça eclodir

A um passo da eternidade (From Here to Eternity), lançado em 1953.
Um filme de Fred Zinnemann.
Belo clássico dos anos 50, From here to eternity nos leva até o Havaí nas vésperas e durante o ataque japonês a Pearl Harbor. Então, um denso estudo dos personagens é feito. Baseado no best-seller homônimo de James Jones, publicado em 51 e trás um elenco famoso. Supostamente o cantor e ator Frank Sinatra entrou para o elenco devido a ligações com a máfia, lenda (aparentemente real, ao menos em parte) que foi eternizada no O poderoso chefão de Coppola.

Meses antes do ataque que levou os EUA à II Guerra, acompanhamos três militares: o cabo Prewitt (Montgomery Clift), que foi rebaixado e transferido para a ilha por "questões pessoais", que se apaixona por uma acompanhante de um clube (Donna Reed) e que, se recusando a lutar boxe, é perseguido pelos superiores, em especial o capitão Holmes; o sargento Warden (Burt Lancaster), que está apaixonado pela esposa (Deborah Kerr) do capitão; e Angelo Maggio (Sinatra), descendente italiano com forte atrito com um sargento violento.

Apesar das tramas mais ou menos paralelas (na verdade todas se completam e se dependem), é fácil compreender e acompanhar a narrativa de Zinnemann e do roteiro de Daniel Taradash. Tudo é conduzido de forma simples e linear. 
No final cenas excitantes e realistas da batalha ocorrida durante a invasão japonesa são mostradas, numa quantidade ideal. Apesar disso, From here to eternity se foca em seus personagens e problemas. Três homens e duas mulheres cujos passados e anseios se esbarram e os conduzem à infelicidade. Um dos homens se amarga de remorso, outro vive um dilema entre amor e profissão. Os dois estão apaixonados, por mulheres e pelo exército. As duas mulheres também tem passados difíceis, temperamentos fortes e desejos amorosos opostos. As paixões destes dois casais são limitadas pelo contexto em que ocorrem, onde tudo parece conspirar contra eles. E nem só de paixões se faz o filme. O remorso de Prewitt acaba levando-o para uma vida infernizada por outros militares, que ele suporta com coragem e dignidade; já Maggio é alegre e expansivo, mas a bebedeira e o conflito com um sargento xenofóbico acabam com sua paz e segurança. Estes obstáculos na vida desses cinco personagens acabam criando laços de afeto e compreensão; mas também guerras internas, dúvidas e ciúmes, que limitam ou impedem a liberdade e a felicidade deles. Tudo isso mostrado de forma crível e com grande competência pelo elenco de nomes conhecidos. É emocionante ver Clift tocar corneta em luto às lágrimas.

Zinnemann também usa alguns simbolismos e insinuações para criar o ambiente carregado e bélico daqueles tempos e lugares. Mas seu trabalho no geral é discreto, raras vezes fazendo algum movimento mais ousado das câmeras. Um efeito estético interessante é uma transição na qual a imagem de ondas rebentando na praia se transformam na fumaça de um cigarro. Porém, não sei se o problema estava na cópia que assisti, achei a fotografia em preto e branco um tanto escura e sem vida. Acho que a icônica cena da praia teria ficado ainda mais bela se tivesse sido melhor iluminada, já que a poesia que o por do sol costuma imprimir não funcionou muito bem em preto e branco.
Ainda sim A um passo da eternidade é uma obra excelente sobre paixões e guerras. Uma síntese da humanidade da primeira metade do século XX

#ficaadica

sábado, 17 de maio de 2014

Frozen - Uma Aventura Congelante (Frozen) - 2013; a Disney não evoluiu muito

Frozen - Uma Aventura Congelante (Frozen), lançado em 2013.
Um filme de Chris Buck e Jennifer Lee.
Não é exagero dizer que a indústria da animação se tornou poderosa como é hoje devido aos trabalhos da Walt Disney ao longo do século XX. O estúdio tem tradição e joias preciosíssimas em seu catálogo. Apesar disso, desde que a categoria de Melhor filme de animação foi criada em 2002, o estúdio ainda não tinha vencido uma estatueta, perdendo a maioria para produções da Pixar, que também tem tido mais sucesso comercial. O motivo? A Pixar sempre buscou inovar, ao passo que a Disney vira e mexe bate na mesma tecla. Apesar da premiação, infelizmente Frozen é um tanto déjà vu.

A princesa Elsa, de Arendelle, nasceu com poderes mágicos capazes de criar gelo e neve. Esse poder, porém, deve ser mantido em segredo para a segurança de sua irmã caçula Anna e de sua futura influência política, já que é a herdeira do trono. Adulta, no dia em que é coroada a nova rainha, ela se descontrola e coloca a cidade sob um forte inverno. Cabe à Anna tentar salvar o reino e a irmã.

Há décadas a Disney queria produzir Frozen, que é baseado no conto de fadas do dinamarquês Hans Christian Andersen. O projeto foi realizado e apesar de estar longe de um filme ruim, também está longe de ser uma unanimidade ou muito original.
Mais uma vez o estúdio investe na batida fórmula das princesas, quase uma marca registrada. E apesar de não ser o foco, também há príncipes ou outros devaneios de amor das princesinhas. Mulheres frágeis mas também fortes e que batalham por algo também é receita conhecida. E voltando à suas origens, o estúdio optou por produzir um musical. Ah! Nada me tira da cabeça que o adorável boneco de neve Olaf é uma espécie de alter-ego do Cid, de A Era do Gelo.
No entanto Frozen ainda tem seu valor. Ainda que o assunto da busca de liberdade e auto-aceitação seja clichê, aqui ele rende um texto coerente e interessante. A busca aqui é interna, e também o amor do qual se fala, eventualmente, ao longo da película. Frozen é sobre solidão mas também sobre reencontros. E o melhor é que tudo flui bem rápido, alucinante. Pena que isso deixe de lado alguns pormenores que o público gostaria de conhecer ou entender melhor, como o poder de Arendelle. Ninguém sabe de onde veio e o que significa.

O visual é deslumbrante. Aqui os milagres da computação gráfica nos enchem os olhos, nos levam a um mundo mágico que só o cinema é capaz de proporcionar. São lindos os cenários, os reflexos e transparências do gelo, tudo.

Porem as músicas são fracas. Algumas são enfadonhas e desnecessárias. Outras são legaizinhas, mas totalmente esquecíveis. A exceção é a ganhadora do Oscar de melhor canção "Let It Go". A música é incrível, a cena em que aparece que é ridícula. Enquanto era levado pelo embalo da música, eu ria de escárnio vendo a personagem cantá-la com tanto cinismo e pompa. Primeiro parece ter encarnado uma Ivete Sangalo na rainha quando ela solta sua capa e dá uma olhadinha sobre o ombro. Depois ela dá umas dramatizações à Christina Aguilera, dobrando o corpo para frente, levando as mãos ao coração e dando uns giros com as mão para o alto. Quando solta o cabelo e o alisa parece um comercial de condicionador. Por fim, depois de num passo de mágica renovar o vestido, baixa uma Beyoncé nela. Então caminha com passos decididos, com direito a pedacinho da perna saindo pela fenda do vestido e contorções sensuais das curvas de seu corpinho digital; praticamente a cantora entrando num palco. Por último, antes de fechar uma porta atrás de si, faz uma expressão de mulher desejada parecendo a Megan Fox posando para um comercial de lingerie. Aliás, apesar de não falhar nesse ponto, os personagens da Pixar são bem mais expressivos.

A cena é meio escrota, mas vale a pena vê-la! E o filme como um todo, repito, não chega a ser ruim.

#ficaadica