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domingo, 3 de abril de 2016

Um Grande Garoto (About a Boy) - 2002; e o homem que com ele cresce

Um Grande Garoto (About a Boy), lançado em 2002.
Um filme de Chris Weitz e Paul Weitz.
Adequado à Sessão da Tarde (será que já foi exibido lá?), Um grande garoto é uma comédia de cotidianos. 

Will é um homem na casa dos trinta que, herdeiro de direitos autorais de uma música natalina, passa seus dias em ócio, compras e relacionamentos vazios. Não tem intenção de mudar seu jeito de ser, mas, claro, muda. E a mudança começa a partir do momento em que, depois de algumas trapalhadas e mentiras, acaba tendo o garoto Marcus (nerd órfão de pai e filho de uma mulher deprimida com tendência suicidas) presente em sua vida.

Apesar de recheado de clichês (criança a colocar adulto na linha, menino nerd que sofre bulling e muda de vida por causa de um amigo boa pinta, nerd que apaixona pela menina bonita e popular da escola, final felicíssimo que chega a ser cínico), este filme se mantém agradável. E olha que também aposta em improbabilidades que pode irritar os mais apegados à verossimilhança: é difícil imaginar alguém como Will na vida real. Gente parecida há, mas como ele duvido um pouco.
Quem sustenta a obra é Grant, que com sua cara de homem-moleque bonito e meio estúpido ficou perfeito para o papel. Não é lá exatamente grande ator nem é muito versátil, mas sabe ser engraçado e manter o público empático. Tanto que seu personagem nos acaba sendo menos desagradável do que se esperaria de uma versão masculina das peruas dos Jardins (São Paulo capital) e o tempo todo torce-se por seu bem.

Discordando do resto dos críticos, achei Nicholas Holt (esse que anda a marcar presença em blockbusters de ação) bem meia-boca em seu papel mirim. Eita moleque chato. Não sinto orgulho em dizer isso, mas até me dava prazer vê-lo sofrer na escola.
Os dois são a espinha dorsal do filme e tudo deriva deles. Um cresce com o outro, e no fim temos um Hugh Grant bem menos vazio e egocêntrico e um Nicholas um pouco menos bundão. Nada contra os nerds e bundões desse mundo de nosso senhor (risos - e as letras minúsculas são de propósito), mas, repito, que moleque chato. Se o personagem tiver morrido virgem, não foi à toa.

O resto do elenco é de apoio, embora tenham relevância na trama. Toni Collette com seu choro pelos cantos e suas peculiaridades como ser humano (é vegetariana, meio hippie, estabanada, e ama e mima o filho mas sem perceber ignora-o) é uma atração à parte.